Você sabe como realizar o controle tecnológico do concreto? Em uma análise inicial, esse processo pode parecer burocrático, mas é fundamental para garantir a qualidade do concreto e otimizar a construção como um todo.

Afinal, é o controle tecnológico que assegura que a principal matéria-prima de uma edificação esteja adequada às necessidades de longo prazo, com certificação de durabilidade e segurança do investimento realizado.

Além disso, existe uma série de normas que são responsáveis por garantir um processo mais uniforme e alinhado às exigências de sustentabilidade, confiabilidade e outros requisitos. Isso inclui desde a qualidade inicial dos materiais utilizados para a composição do concreto até regras de carregamento, dosagem e recebimento do concreto e a gestão de resíduos.

Pensando na relevância do tema, vamos destacar neste conteúdo o que é o controle tecnológico do concreto e fornecer dicas para realizá-lo da melhor maneira possível, para evitar prejuízos e complicações no seu projeto. Continue a leitura para saber mais!

O que é o controle tecnológico do concreto?

O controle tecnológico do concreto é o processo que garante cada etapa da produção e recebimento do produto em obra, assegurando a qualidade dos materiais utilizados, a assertividade no carregamento e a dosagem do concreto.

Por meio de ensaios e análises, o controle tecnológico verifica se o concreto atende às especificações do projeto e às normas técnicas, assegurando sua resistência, durabilidade e segurança.

Nessa avaliação são investigados aspectos como resistência à compressão, elasticidade, consistência, absorção de água, tempo de pega, entre outros. Esse conjunto de ações tem como objetivo garantir um bom desempenho da mistura e atestar se o concreto atende aos requisitos de qualidade de cada projeto.

Como fazer o controle corretamente?

O controle tecnológico do concreto é um processo complexo que envolve diversas etapas e procedimentos. Para garantir que ele seja feito corretamente, é importante seguir as normas técnicas e boas práticas recomendadas para obter sucesso nas concretagens.

A seguir, confira dicas para um controle eficaz e preciso!

Ensaios laboratoriais

Inicialmente são verificadas as propriedades dos materiais constituintes do concreto, para então realizar ensaios laboratoriais onde são testadas estas propriedades e elaboradas as receitas de concreto (traços).

Cada receita possui uma especificação diferente, de acordo com a solicitação de projeto, e podem variar entre: resistência à compressão, tamanho de brita utilizada, consistência (slump test), módulo de elasticidade, entre outros.

Materiais Constituintes do Concreto

É fundamental a qualidade dos materiais utilizados na composição do concreto. Precisam ser livres de impurezas orgânicas e possuir tamanhos regulares e constantes. Os materiais utilizados podem ser de origem natural ou artificialmente processados.

Mistura dos materiais 

A mistura ou dosagem dos materiais deve ser precisa e fiel ao traço de concreto estudado. Para isso, pode-se utilizar equipamentos de volume conhecido, como carrinhos ou padiolas (respeitando sempre o limite de borda do recipiente), ou balanças de precisão no caso de usinas de concreto.

No momento da mistura ou carregamento em usinas de concreto é fundamental a correção do percentual de umidade presente nos materiais, para garantir a quantidade de água exata especificada pelo traço estudado em laboratório.

A resistência do concreto é diretamente ligada à quantidade de água, por meio da relação água/cimento. Por isso, é fundamental respeitar a quantidade de água prevista no estudo de laboratório.

Recebimento do concreto em obra

Em caso de aquisição terceirizada do concreto, verifique ao receber o caminhão as condições do estado fresco, como consistência (slump test), e se a quantidade de água utilizada na dosagem corresponde ao retido no momento do carregamento, além do tempo de transporte e tempo disponível para aplicação do produto (2h30 para concretos convencionais), do lacre e dos padrões de segurança do equipamento, como calços para os pneus e plataformas.

Também é necessário verificar anomalias de dosagem que podem prejudicar a estrutura, como segregação, exsudação, excesso e/ou falta de argamassa na mistura. Nestes casos, o concreto deve ser descartado.

Essas averiguações permitem tomar medidas corretivas precocemente, evitando patologias e ações corretivas no futuro.

Moldagem de corpos de prova e acompanhamento do concreto endurecido

Esse tipo de controle verifica se os processos foram efetuados corretamente e se o concreto possui a qualidade esperada. Consiste na moldagem de cilindros de concreto, chamados corpos de prova, de diâmetro de 10cm e altura de 20cm. Estes corpos de prova passam por um processo de cura e, posteriormente, são realizados os rompimentos nas idades especificadas.

A realização da moldagem no momento da aplicação do concreto é extremamente importante para assegurar que a estrutura suportará todas as tensões calculadas, evitando prejuízos financeiros, sociais, ambientais e de imagem.

Registros e documentação

Ter uma documentação completa, que registre todas as análises e inspeções do controle tecnológico do concreto, serve como respaldo técnico de conformidade com as normas brasileiras vigentes, além de uma referência para averiguações futuras e eventuais manutenções.

Normas e regulamentações

Estar atento às normas e regulamentações é parte essencial do controle tecnológico do concreto. As principais normas que abordam o tema são:

• ABNT NBR 14931: indica os requisitos e normas a serem seguidos na execução de estruturas de concreto.
• ABNT NBR 12655: fornece normas a serem seguidas para a preparação do concreto.
• ABNT NBR 12654: prevê critérios de qualidade dos materiais componentes do concreto.

Como é possível perceber, o controle tecnológico do concreto é fundamental para melhorar a qualidade das construções e garantir o sucesso do investimento nos projetos. Ele assegura que seu manejo não gere riscos para os profissionais envolvidos na obra e para os futuros usuários da construção, além de aumentar a eficiência da mistura quando ela estiver endurecida.

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