Publicado em 28/10/2016Pesquisadores desenvolvem concreto vivo
Segundo o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, o concreto é o material mais consumido no Mundo, atrás da água Créditos: Dmitry Kalinovsky/shutterstock.com

Pesquisadores desenvolvem concreto vivo

Universidades da Espanha e da Holanda descobriram tipos de concreto que podem gerar novas cores e texturas e também se autorregenerar. Conheça o concreto vivo

Já imaginou uma fachada viva, com a capacidade de gerar novas cores e texturas? E que tal um concreto vivo,  capaz de fechar sozinho suas próprias fissuras? Mesmo parecendo o roteiro de um filme de ficção científica, são possibilidades comprovadas por cientistas e que devem fazer parte do cotidiano da construção civil daqui a alguns anos.

Foi no final de 2012, que pesquisadores da Universidade Politécnica da Catalunha anunciaram o desenvolvimento do bioconcreto, um conceito que basicamente aposta em dar vida às fachadas por meio do crescimento de um conjunto de organismos pigmentados nos edifícios, incluindo musgos, líquenes, microalgas e fungos.

Agora, já uma realidade, o conceito de fachada viva, através do concreto vivo, captou um grande interesse na indústria da construção civil europeia, devido às muitas potencialidades que apresenta. As principais vantagens da utilização deste tipo de bioconcreto na construção são de caráter ambiental, estético e térmico.

Os organismos utilizam o concreto como substrato para crescerem, retendo o dióxido de carbono atmosférico, o que contribui para um melhor isolamento térmico dos edifícios. Além disso, estes organismos geram novos padrões de cor e novas texturas nas fachadas. O bioconcreto catalão foi desenvolvido especificamente levando em consideração o clima mediterrânico.

Quase que simultaneamente, em outra parte da Europa, pesquisadores da Universidade de Delft, na Holanda, desenvolviam outro tipo de bioconcreto, cuja principal peculiaridade é a capacidade de autorregeneração.

Este novo tipo de concreto possui na sua composição bactérias que produzem calcita e possibilitam que o material se autorrepare.  Na teoria, esta tecnologia permitirá aumentar de forma relevante o tempo de vida das estruturas de concreto, diminuindo também os seus custos de manutenção. Isso porque sempre que surgirem fissuras numa estrutura, as bactérias alcalifilicas que vivem no seu interior ficarão expostas a um ambiente mais ácido, desencadeando uma reação que origina a produção de calcita. Por sua vez, a calcita vai encher as fissuras, de dentro para fora, conseguindo selar o orifício de forma progressiva.

Este tipo de bioconcreto é obtido a partir de uma combinação de nutrientes e bactérias, que são adicionadas à base de argamassa. As bactérias permanecem durante quase todo o tempo em estado latente, sendo apenas ativadas em contato com a água. Assim, quando chove e a água da chuva penetra nas fissuras, ativa estas bactérias.

Estes são apenas dois exemplos das potencialidades do bioconcreto, pois há outras pesquisas em andamento. É certo que o futuro da construção civil está à mercê de muitas melhorias e transformações e a utilização de materiais vivos é, sem dúvida, uma das tendências mais promissoras.

Concreto pode influenciar o desempenho e segurança de quadras poliesportivas 

Botão Site

Compartilhe esta matéria

Mais lidas

Veja também

X