Publicado por Carla Rocha em 03/11/2021Financiamento habitacional: quais as oportunidades além da poupança
Poupança e FGTS seguem como recursos mais importantes para os financiamentos de imóveis residenciais.Créditos: Shutterstock

Financiamento habitacional: quais as oportunidades além da poupança

Mercado imobiliário residencial está aquecido mesmo em situação de pandemia global

A situação de isolamento social causada pela pandemia da COVID-19, fez com que questões rotineiras passassem a ser vistas e analisadas com outros olhos. Se há alguns anos, os imóveis chamados “compactos” e “ultracompactos”, ganhavam destaque no mercado imobiliário residencial, principalmente, nas grandes capitais, porque os moradores tinham uma rotina de utilizar a moradia apenas como dormitório, este cenário mudou completamente agora.


O isolamento social fez com que grande parte das empresas que pudessem aderir o trabalho remoto para proteção e segurança de seus colaboradores e também para manter suas atividades em andamento. E nesta situação, o convívio com a casa se tornou mais intenso e as imperfeições ou preocupações com moradia tornaram-se mais evidentes.
“A gente tem vivido momentos novos, uma nova era com a questão da tecnologia e a transformação da sociedade.

A pandemia acelerou demais esse movimento, porque as pessoas se viram do dia pra noite com a necessidade, primeiro de utilizar as ferramentas de tecnologia para poder viver. No nosso setor, afetou tanto que o mercado até cresceu, porque as pessoas perceberam, definitivamente, que a busca pelo seu lar, pela casa própria, é uma condição de levar segurança para si e para sua família. As pessoas deixaram de postergar e de ter receio de dar esse passo, justamente por isso”, explica Rodrigo Luna,  vice-presidente de Habitação Econômica do Secovi-SP.

Cenário dos financiamentos imobiliários

A poupança tem sido, há muitos anos, a principal fonte de recursos para financiamentos imobiliários, juntamente ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com dados da Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 18,79 bilhões em julho de 2021. O montante foi 4,4% inferior ao registrado em junho, mas, comparado a julho do ano passado (R$ 10,82 bilhões), cresceu 73,6%.


Tais dados demonstram que a poupança continua sendo uma fonte extremamente importante para o financiamento das unidades habitacionais no mercado imobiliário, no entanto, muitas pessoas que vão adquirir um imóvel estão buscando outros tipos de formas para conseguir a casa própria com redução de custos. “O consórcio imobiliário está crescendo muito nos últimos anos. Ele funciona como se fosse um consórcio de carros, o comprador adquire uma cota e ele pode, ou por sorteio ou por lance, ser contemplado para adquirir a casa própria. Essa modalidade tem crescido muito”, destaca o representante do Secovi-SP.


Neste ano de 2021, a Caixa Econômica Federal anunciou também outra modalidade de financiamento com potencial de atrair compradores. Nesta novidade do banco federal – mas que já foi praticada por outros dois bancos – a correção dos juros imobiliários se dá pelos juros da poupança, visando tornar mais barato o crédito imobiliário.

LIG x LCI x CRI


Certamente, vocês já ouviram falar sobre a LIG. Um tipo de fundo de investimento que ganhou muito destaque em 2019, chamado de Letra Imobiliária Garantida (LIG). Na época, a expectativa das entidades era que a LIG crescesse, mas seu crescimento permanece ainda bem tímido.


Existem também outros fundos destinados ao segmento, mais antigos e conhecidos, como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). A primeira é lastreada por créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou por alienação fiduciária de algo imóvel, diferentemente da LIG, é um investimento de curto prazo e possui menor rentabilidade líquida. Já os CRIs são títulos de renda fixa que não possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito, mas, por outro lado, são considerados de baixa oscilação e indicados para investidores com perfil moderado.

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