Impermeabilizar é preciso
Imprescindível especialmente em áreas molhadas, a impermeabilização bem feita protege a estrutura das tão temidas infiltrações
Infiltrações e vazamentos são o pesadelo de qualquer proprietário de imóvel. Causados por fissuras nas tubulações, pisos danificados ou inadequados para áreas molhadas, rejuntes mal executados, telhados quebrados e, claro, pela umidade (que pode vir do piso ou descer pelas paredes, ocasionada pelas chuvas), eles podem provocar sérios danos à estrutura do piso, do contrapiso e até da laje, além de gerar bolor e mofo, que fazem mal à saúde dos moradores, e podem afetar os cômodos do andar inferior. A fim de evitar o problema, especialistas defendem que sistemas de impermeabilização é imprescindível.
“A técnica protege a estrutura de qualquer área sujeita à lavagem e aumenta a sua vida útil”, resume Virginia Pezzolo, engenheira da PROASSP, empresa especializada em projetos de impermeabilização.
Sistemas de impermeabilização
A impermeabilização é tão importante que existem normas que estabelecem exigências e recomendações para a sua execução: NBR 9574/2008, NBR 9575/2010 e NBR 15575/2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho. Esta última define áreas molhadas e molháveis. Áreas molhadas são aquelas cujo uso pode formar lâminas d’água, como banheiros com chuveiro, áreas de serviço e áreas descobertas. Já as molháveis são aquelas que apenas recebem respingos de água, a exemplo de banheiros sem chuveiro, lavabos, cozinhas, sacadas cobertas, entre outros.
Essas definições devem ser conhecidas para que se opte pelo sistema adequado de impermeabilização, que pode ser flexível ou rígido. O sistema flexível utiliza membranas moldadas na obra (emulsão asfáltica, membrana de poliuretano, membrana de poliureia, membrana acrílica e resina termoplástica) ou mantas pré-fabricadas (manta asfáltica e membranas sintéticas), enquanto o rígido utiliza argamassa impermeável com aditivos hidrofugantes, argamassa polimérica, cimento cristalizante, cimento modificado com polimérico e resinas epóxi.
Além dessa diferença, o sistema flexível é indicado para locais sujeitos à movimentação e fissuração (reservatórios de água superior, varandas, terraços e coberturas; lajes maciças, mistas ou pré-moldadas; lajes de cobertura e marquises; piscinas suspensas e espelhos d’água; calhas de grandes dimensões e pisos frios de banheiros, cozinhas e áreas de serviço), enquanto o rígido é aplicado em locais não sujeitos a tais fatores, como aqueles com carga estrutural estabilizada, como poços de elevador e reservatórios de água enterrados; e pequenas estruturas que não sofram alteração e tenham temperatura constante, como subsolos, galerias e piscinas enterradas.
Impermeabilização perfeita
Virginia Pezzolo acredita que a regra de ouro para uma impermeabilização nota 10 é seguir fielmente todas as recomendações do fabricante do produto escolhido, porque as características diferem.
Veja dicas úteis a seguir:
– Fazer o assentamento correto do piso, com a utilização de materiais adequados e mão de obra especializada.
– Ter cuidado em dobro na hora de fazer o rejunte, pois é ele que impede que a água se infiltre entre a impermeabilização e o contrapiso. Como cada revestimento requer um tipo diferente de rejunte, o ideal é consultar o fabricante antes da compra.
– Regularizar o piso com argamassa pronta ou preparada in loco.
– Dedicar atenção ao caimento. A norma determina que ele seja de 0,5% e que sejam feitas barreiras nas portas e no boxe. “Dentro do boxe, o caimento pode ser superior a 0,5%”, indica Pezzolo.
– Verificar o chumbamento das tubulações.
– Impermeabilizar o piso de forma contínua antes de colocar o revestimento (os cerâmicos e os de mármore são os mais indicados para áreas molhadas). A impermeabilização deve ser feita na horizontal, a partir do rodapé, subindo 20 cm em direção ao piso acabado.
– Impermeabilizar o banheiro inteiro, mas sobretudo a área do boxe, como piso, ralos, paredes e a junção entre elas e as esquadrias das janelas. Segundo Pezzolo, “o boxe é uma área onde ‘chove’ todo dia, várias vezes ao dia, dependendo do tamanho da família”.
– Colocar um dreno embaixo da banheira.
– Instalar ralos para escoamento da água.
– Refazer a impermeabilização do banheiro toda vez que o piso for perfurado para a instalação de equipamentos ou quando o revestimento for trocado.
– Quando a impermeabilização estiver concluída, fazer um teste de estanqueidade, fechando todos os pontos de drenagem de água no piso e os ralos e deixando uma lâmina de água com cerca de 5 cm de altura. Após 72 horas, observar se não houve vazamento.