
Loja de materiais de construção: custos e investimentos
Saiba que o capital de giro, por exemplo, é parte dos investimentos, mas varia ao lado dos custos da loja de materiais de construção
Antes de injetar esforço e dinheiro em uma loja de materiais de construção, procure saber a diferença entre investimento, custos fixos e capital de giro. São três conceitos que podem ajudar a decidir quando começar ou manter um negócio.
Investimento é o valor ou capital empregado para começar o negócio até que ele tenha forças suficiente para se manter sozinho. É dividido em investimento fixo, pré-operacional e capital de giro.
O investimento fixo indica tudo que o empreendedor terá de gastar para comprar um imóvel: equipamentos, mobiliário, utensílios e instalações para a loja, além de serviços para reformar.
Já os investimentos pré-operacionais são despesas com pesquisas de mercado, abertura e registro da nova empresa. Nessa lista também entram projeto de decoração, honorários de profissionais como arquitetos e contadores. Boa parte do dinheiro investido nessa hora será para a primeira compra de materiais de construção do seu estoque. Esses investimentos variam de acordo com o porte do negócio a começar, e com os planos do empreendedor.
Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), uma revenda de materiais de construção de aproximadamente 100 m² requer R$ 125 mil para dar o pontapé inicial. Esse valor pode variar de acordo com a localização da loja e se o imóvel será comprado ou alugado. Isso tudo, sem considerar o pagamento de “luvas” – valor pago pela aquisição do ponto de comércio, quado houver.
Quanto investir em uma loja de materiais de construção?
– Reforma, adaptação do imóvel e instalações: R$ 5 mil;
– Despesas de registro da empresa, honorários profissionais, taxas etc.: R$ 3.500;
– Móveis para área administrativa e estoque: R$ 6.908;
– Mobiliário para showroom: R$ 15.363;
– Uniformes: R$ 320;
– Site na internet: R$ 1.030;
– Compra inicial (estoque): R$ 70 mil;
– Capital de giro: R$ 22 mil.
O negócio também tem que girar
O capital de giro representa um valor de caixa que o lojista deverá ter disponível em conta-corrente desde a abertura do novo ponto de venda, para suportar os primeiros meses de funcionamento do negócio sem falhar no pagamento de despesas – salários, impostos, custos fixos e manutenção, além de compras necessárias para repor o estoque de produtos.
Ainda de acordo com o Sebrae, o capital de giro é regulado pelos prazos praticados pela empresa: prazos médios recebidos de fornecedores (PMF), prazos médios de estocagem (PME) e prazos médios concedidos a clientes (PMCC).
Quanto maiores o PMCC e o PME, maior terá de ser o capital de giro. Então, no começo, o melhor jeito é manter estoques mínimos e saber qual prazo máximo de pagamento o empreendedor poderá oferecer ao cliente, para que o negócio não desande.
Como é preciso também levar em conta o PMF – prazos para pagar compras, mão de obra, aluguel e impostos – o empresário não deve tirar o olho dos seus índices iniciais de lucro. Isso porque seu faturamento vai apontar a necessidade de manutenção de dinheiro disponível em conta para suportar as oscilações de caixa.
Mesmo com o aumento crescente das vendas, é indicado direcionar parte dos lucros para a reserva em forma de capital de giro. Pense que se o negócio cresce, no futuro, os pagamentos também aumentarão.
Para chegar ao valor do capital de giro, portanto, é necessário ter bem definidos os custos fixos e o financiamento de vendas (cartão de crédito, cheque ou financeiras). Em linhas gerais, estima-se que o capital de giro necessário, desde o início, represente cerca de 20% do investimento inicial aportado.
Tipos de custos de uma loja de materiais de construção
No caso de uma loja de materiais de construção, custos são classificados em fixos, variáveis e Custo da Mercadoria Vendida (CMV). Custos fixos são aqueles que o lojista paga, assim como em uma casa, independente de vender muito ou pouco: aluguel ou prestação do imóvel, salários, honorários de contador, contas de água, luz e telefone. Em média, para uma loja de 100 m², podem chegar ao preço de R$ 15 mil.
Já os custos variáveis são aqueles que oscilam de acordo com o volume de vendas, como compra de embalagens, taxas pagas a administradoras de cartões de débito e crédito, comissões de vendedores, entre outros.
Quanto maior o faturamento, maiores serão os custos variáveis. O CMV indica a variação do estoque em um mês, somando o total de estoques no último dia do mês anterior com todas as compras efetuadas ao longo do período corrente, menos o estoque existente ao final deste período. É o CMV que indica se o lojista está comprando mais do que o necessário.
O Sebrae oferece uma estimativa (média) de custos fixos mensais médios para uma loja de materiais de construção, também variáveis de acordo com a região do país e o porte do negócio:
– Aluguel: R$ 3 mil;
– IPTU: R$ 350;
– Água: R$ 100;
– Energia Elétrica: R$ 200;
– Telefone: R$ 110;
– Internet: R$ 70;
– Honorários Contador: R$ 724;
– Salários + encargos: R$ 8 mil (considerando média de R$ 1.500 em salários para dois vendedores, R$ 900 para o caixa e R$ 2.500 como pró-labore para o empresário ou gerente, inclusos todos os benefícios trabalhistas e encargos sociais);
– Material de limpeza: R$ 150;
– Material de escritório: R$ 20;
– Manutenção de equipamentos: R$ 50;
– Software (sistema): R$ 200;
– Aluguel de máquinas de cartão de crédito: R$ 250;
– Publicidade e Marketing: R$ 350;
– Tarifa bancária: R$ 42;
– Outras despesas: R$ 500
Total: R$ 14.466
O ideal é que também seja feito um balanço contábil anualmente do estabelecimento. O hábito é essencial para que se trace estratégias certeiras de venda.