Publicado em 02/09/2014Empresa familiar: o crescimento da Loja São João

Empresa familiar: o crescimento da Loja São João

Revenda em Guarulhos mostra como crescer e se modernizar sem perder a tradição

A Loja São João é um hit do bairro Jardim Tranquilidade, em Guarulhos, na grande São Paulo. Com portas abertas desde a década de 1940, ela está em plena fase de mudanças. O modelo inicial de negócios da empresa familiar era o de uma revenda de itens variados – um pouco armarinho, com utilidades domésticas, papelaria e roupas, ao lado de materiais de construção.

Agora, os irmãos Paulo e Humberto de Jesus Santos vão se despedindo deste formato, para investir no segmento construtivo, inclusive com opções de autoatendimento. Sob a administração da família Jesus Santos desde 1982, a loja, apesar de sua cara regional, disponibiliza ainda hoje mais de cinco mil itens.

Para Paulo, fica difícil manter um controle mais informatizado sobre os estoques. “Eu teria que parar a loja por uma semana, fazer um levantamento de tudo que tenho aqui”, explica. Se por um lado tamanha variedade de produtos traz dificuldades administrativas, por outro torna a empresa familiar conhecida por oferecer produtos que dificilmente se encontrariam em outros lugares.

“Trabalhamos com peças para montagem de equipamentos de gás e materiais de marcenaria, como o extrato de nogueira e o breu”, exemplifica o lojista. “Nosso foco sempre foi variedade, e por mais que tentemos reduzi-la para especializar a loja, não posso cortar muito. Às vezes, um produto nem tem tanto giro, mas só se encontra aqui.”

Quando tentou tirar papelaria das prateleiras, os clientes reclamaram. Para Paulo, a dificuldade maior em modernizar o negócio tem sido não desgostar a clientela mais tradicional. Ainda assim, é previsto que esses itens deixem de vez a São João, até o final deste ano.

Tendências de mercado

Apesar de respeitar a tradição, Paulo de Jesus Santos não fecha os olhos para as oportunidades do mercado. Foi assim quando, nos anos de 1990, abandonaram as utilidades domésticas, em resposta ao surgimento de muitas lojas de R$ 1,99 na região. “Material de construção é o melhor negócio no momento, porque é o produto que mais gira, e não temos concorrentes próximos”, revela.

Com 360 m² de área, a empresa familiar agora conta com ferragens, ferramentas, itens para hidráulica e elétrica e materiais ensacados, como argamassas, cimentos e areia.

“Ferramentas saem bastante”, diz. Por isso, pretende ter um espaço de autoatendimento com três linhas de ferramentas: A, para profissionais; B, para serviços comuns; e C, de uso doméstico. Paulo acredita que o autoatendimento deixa o cliente mais à vontade para consumir e, ao mesmo tempo, ajuda o lojista a driblar o problema da falta de mão de obra de revendas. “É difícil manter um funcionário por muito tempo. Pessoas de mais de 40 anos ficam mais tempo; os mais jovens saem depois de dois anos”, lamenta.

Foto: Marcelo Scandaroli

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