Publicado em 02/01/2019Concreto Autoadensável x Concreto de Alto Desempenho
Tipo de concreto deve ser escolhido conforme necessidade apresentada em projetoCréditos: Shutterstock

Concreto Autoadensável x Concreto de Alto Desempenho

Com diferentes especificações, ambos materiais estão em alta nas obras de construção

Atualmente, existem diversos tipos de concreto elaborados pelas concreteiras. Cada um desses concretos faz sentido para determinado tipo de obra. Concreto convencional, bombeável, celular, leve, autoadensável e de alto desempenho são alguns exemplos dos tipos utilizados nas obras brasileiras. Conheça as diferenças do concreto autoadensável e do concreto de alto desempenho:

 

Concreto Autoadensável

O concreto autoadensável (CAA) é um material caracterizado por dispor de elevada fluidez no seu estado fresco. É um compósito que apresenta a capacidade de escoar pelas fôrmas exclusivamente pela ação de seu próprio peso na presença, ou não, de obstáculos. A utilização desse tipo de concreto dispensa a necessidade de processos de compactação e adensamento através de vibradores.

Na dosagem, faz-se necessário a incorporação de aditivos superplastificantes, responsáveis por promover a elevada trabalhabilidade. Ainda, necessita-se de um teor de argamassa maior do que os concretos convencionais e cuidados especiais quanto a granulometria dos agregados, principalmente na escolha dos finos que irão compor esse concreto. Esses requisitos básicos, promovem grande fluidez e são responsáveis por manter o concreto estável, sem riscos de segregação e/ou exsudação.

Pode ser utilizado na concretagem de qualquer elemento estrutural, entretanto, é muito vantajoso para aplicação em locais de difícil acesso e estruturas densamente armadas.

Concreto de Alto Desempenho

 

Já o concreto de alto desempenho (CAD) é um material dosado com o intuito de proporcionar melhorias na durabilidade das estruturas. Comumente limita-se o CAD como um compósito de elevada resistência mecânica. Entretanto, além disso, sua dosagem proporciona baixa porosidade, redução da permeabilidade de água e agentes agressivos e elevada resistência mecânica. Visando atender esses requisitos geralmente faz-se o uso de adições minerais. Embora não exista um consenso, adota-se um fck mínimo de 40 MPa.

A utilização desse tipo de concreto é indicada para estruturas submetidas a ambientes agressivos como, por exemplo, ambientes marinhos, plataformas de petróleo, indústrias químicas, estações de tratamento de esgoto, etc.

Diferenças

 

Concreto autoadensável:

Necessita de: maior teor de finos, incorporação de aditivos superplastificantes, agregados bem selecionados, reforço nas fôrmas devido a maior pressão que o CAA gera.

A sua implementação: dispensa a necessidade da etapa de compactação do concreto, pode diminuir a ocorrência de ninhos de concretagem (bicheiras), melhora o acabamento das peças moldadas, reduz tempo e a quantidade de profissionais para o processo de concretagem. Em sua grande maioria, o custo por metro cubico do concreto autoadensável é mais elevado ao comparar com concretos convencionais, porém esse aumento é compensado pelos benefícios citados anteriormente.

 

Concreto de Alto Desempenho:

 

Necessita de: dosagem especial quanto a seleção e proporcionamento dos insumos, uso de adição mineral, menor relação água/cimento. Também é necessário cuidado especial quanto ao calor de hidratação liberado e a menor capacidade de deformação.

A sua implementação: proporciona elevada resistência mecânica e redução da porosidade e permeabilidade do concreto, possibilitando sua utilização em meios agressivos. Quando comparado com o concreto convencional, o CAD apresenta maior resistência ao ataque de agentes agressivos proporcionando maior durabilidade e vida útil das estruturas.

Normas e especificações:

 

  • ABNT NBR 15823-1:2017: Concreto autoadensável – Parte 1: Classificação, controle e recebimento no estado fresco;
  • ABNT NBR 15823-2:2017: Concreto autoadensável – Parte 2: Determinação do espalhamento, do tempo de escoamento e do índice de estabilidade visual – Método do cone de Abrams;
  • ABNT NBR 15823-3:2017: Concreto autoadensável – Parte 3: Determinação da habilidade passante – Método do anel J;
  • ABNT NBR 15823-4:2017: Concreto autoadensável – Parte 4: Determinação da habilidade passante – Métodos da caixa L e da caixa U;
  • ABNT NBR 15823-5:2017: Concreto autoadensável – Parte 5: Determinação da viscosidade – Método do funil V;
  • ABNT NBR 15823-6:2017: Concreto autoadensável – Parte 6: Determinação da resistência à segregação – Métodos da coluna de segregação e da peneira;
  • ABNT NBR 12655:2015 Versão Corrigida:2015: Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento;
  • ABNT NBR 6118:2014 Versão Corrigida:2014: Projeto de estruturas de concreto — Procedimento;
  • ABNT NBR 15575-1:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 1: Requisitos Gerais;
  • ABNT NBR 15575-2:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais;
  • ABNT NBR 15575-3:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 3: Requisitos para os sistemas de piso;
  • ABNT NBR 15575-4:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE;
  • ABNT NBR 15575-5:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 5: Requisitos para os sistemas de cobertura;
  • ABNT NBR 15575-6:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 6: Requisitos para os sistemas de hidrossanitários.

 

Em ambos os casos, é aconselhável consultar profissionais capacitados ou especialistas no assunto, bem como as entidades do setor, a fim de obter melhor entendimento entre projetistas, construtora e concreteira, além de fiscalizar a produção do concreto a ser fornecido.

Já ouviu falar nos aditivos de concreto? Entre as vantagens está a grande gama de aplicações possíveis pela modificação das propriedades do concreto: 

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