
Terraplanagem: como evitar a erosão do solo
Erosão do solo não pode ser eliminada, mas deve ser reduzida ao máximo
Procedimentos planejados de terraplanagem são condição básica para fazer cortes, escavações e aterros sem deslizamentos de terra. Tanto os estudos preliminares do terreno, quanto o projeto e sua execução requerem acompanhamento de um engenheiro geotécnico ou civil experiente em comportamento de solos. Para o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP) Marcos Massao, é preciso ter uma visão global do entorno da obra – terrenos vizinhos e suas adjacências, que podem sofrer com efeitos danosos de terraplanagens irregulares, como desabamentos e erosão do solo.
“Erosão é o destacamento e o transporte do solo, de um lugar de origem para outro. O escorregamento envolve a perda de estabilidade do solo, formando o que chamamos de superfície de deslizamento”, ensina. Nos dois casos, as consequências do descuido podem ser catastróficas. Se a escavação é feita ao redor de córregos ou baixadas, devem ser previstos diques de contenção do material erodido (nunca é possível evitar totalmente a erosão do solo).
Em relação às movimentações de terra, o material não pode ser levado pelas águas – isso gera assoreamento de canais, córregos e rios, entre alguns outros problemas de drenagem. Nos aterros compactados, por sua vez, as chuvas podem comprometer a qualidade da obra, pois o controle da umidade fica dificultado.
Impactos ambientais são minimizados a partir de atitudes simples do dia-a-dia, como proteger perímetros para reter sedimentos, usando calhas, canaletas e tapumes, e não deixar que os solos se contaminem com óleos, graxas e outros químicos geralmente usados no canteiro, pois eles podem chegar a lagos e rios ou atingir o lençol freático.
“O descarte de resíduos, como materiais de construção ou mesmo solo de escavações, em locais impróprios também gera os mesmos problemas”, conclui Massao.
