Bolha Imobiliária: mito ou realidade em 2017?
Com a instabilidade da economia, o mercado imobiliário é atingido diretamente. Dois especialistas dizem se estamos em uma bolha imobiliária
Para afirmar se há ou não uma bolha imobiliária, é preciso fazer um breve balanço do mercado no passado. Em 2016, os preços caíram relativamente à inflação de forma generalizada e dispersa nas grandes regiões metropolitanas.
Os mesmos dois fatores que vinham comprimindo preços desde 2014 continuaram afetando os preços de imóveis:
- Perda de poder de compra do mercado e necessidade de escoamento acelerado dos estoques de imóveis prontos gerados pela compressão da demanda;
- Distratos provocados pela quebra de confiança dos compradores na economia.
Em muitas situações há distratos agravados pela incapacidade de assumir financiamentos (ou crédito imobiliário), pela insegurança na manutenção de emprego e renda, ou mesmo pela perda de emprego e necessidade de se valer da poupança acumulada para suprir o orçamento das famílias.
Mercado imobiliário, segundo o Secovi
Para Celso Petrucci, economista-chefe do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), o mercado imobiliário vem passando por um ajuste desde 2015, quando foram vendidas 23 mil unidades. Em 2016, foram apenas 16 mil. Entre os anos de 2004 e 2014, a média de lançamentos anual foi de 33%.
“O mercado é colado na economia, então, desde 2014 ele vem se afofando. Basta olhar os índices para ver que a tendência é que o preço nominal de hoje fique igual ao de 2014, em âmbito nacional”, explica Petrucci.
Bolha imobiliária?
“Não vejo a menor razão para que venha a ocorrer uma bolha de preços em 2017, ou no médio prazo. Bolhas de preços são fenômenos regionais, ou até de vizinhanças restritas, nunca de uma economia. Nas bolhas, o excesso dos preços contra o valor justo dos imóveis, paga a ansiedade de comprar. Como ansiedade não é lastro, essa parte do preço se esvai, razão do termo bolha”, afirma o Prof. Dr. João da Rocha Lima Jr, da Unitas Consultoria e Empreendimentos, da Escola Politécnica da USP.
Segundo o Professor Titular João, a ansiedade aparece por dois motivos:
- Porque especuladores veem preços subindo e compram para revender adiante, constituindo uma falsa demanda que pode desequilibrar o mercado;
- Porque fatores econômicos retardaram a decisão de compra no passado, o que induz, na recuperação da economia, um patamar de demanda superior ao representado pela demanda orgânica.
Petrucci é categórico: “não estamos em um processo de bolha imobiliária”, finaliza.
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