Publicado em 03/06/2014Abramat aponta menor crescimento na indústria de materiais

Abramat aponta menor crescimento na indústria de materiais

Indústria de materiais sente um menor crescimento das faturas; o varejo ainda é seu melhor cliente

Estudos da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) apontam para um crescimento de 0,9% no faturamento médio das empresas do setor, no período de janeiro a março deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2013. No ano passado, esse número foi praticamente quatro vezes maior. “O quadro, contudo, ainda não é desastroso”, comenta o presidente da Abramat, Walter Cover. Há fatores que podem reverter total ou parcialmente esses resultados: o ano é eleitoral, e pode ocorrer a retomada de obras de infraestrutura, finalização de obras dos eventos esportivos, manutenção do crédito para o setor imobiliário e reformas, além de um varejo mais forte.

Segundo Cover, o comércio varejista de materiais de construção responde por 50% das vendas desta indústria. “Ele ainda está muito forte, apesar de também não ter superado as expectativas para este ano”, revela. Outros clientes das fábricas de materiais são condomínios e conjuntos comerciais de escritórios, prédios residenciais, hospitais, o programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal (28% do total de vendas da indústria) e, por fim, obras de infraestrutura (22%).

O setor de infraestrutura, que vai bastante mal, promete pouquíssimo para os números de maio. “Houve uma frustração com relação às obras viárias para atendimento aos jogos do mundial de futebol – atraso nos pagamentos, ou retardamento e paralisação de obras, seja por dificuldades no licenciamento ambiental, ou por outros entraves burocráticos”, avalia.

Abramat: previsões de Walter Cover

O presidente da Abramat acredita que parte do crescimento também é mantido por obras de edifícios lançados e vendidos até o final do ano passado. Haverá, portanto, obras a iniciar em 2014 – sem contar as que já se arrastam de anos anteriores a 2013, agora em etapa de acabamentos. Cover informa que o comércio varejista tem concentrado suas vendas muito mais em acabamentos que em materiais básicos como cimento, areia, vergalhões, tubos e brita. Há um setor de reformas forte, sedento por tintas, peças cerâmicas, materiais de elétrica e louças sanitárias. “Vamos ter que rever nossa previsão de crescimento para este ano, de 4,5% para 3%, ou menos”.

Sem perder o otimismo, Cover afirma que os jogos deste ano não são, ao todo, um fator negativo para vendas. “Há uma parcela da população que não se liga tanto neste assunto, e a reformas em andamento continuam. Por outro lado, muita gente está finalizando obras para receber amigos e parentes durante os jogos. Com isso, o varejo pode ter visto algum acréscimo no movimento ao longo do mês de maio.”

“O momento não é de gravidade: o emprego é alto, e as vendas também, apesar de crescerem menos. Isso não significa que deixamos de vender. Na verdade, estamos vendendo mais do que antes.” Cover relembra que os acordos salariais têm estado bem acima da inflação (ou seja, a população trabalhadora tem renda para consumir, construir e reformar); ainda há crédito e a inadimplência está sob controle.

“É verdade que a inflação vem se mantendo em alta – mas ela tem estado assim nos últimos 10 anos, e não é nenhum desastre.” Para Cover, o déficit nacional de moradia é mais um fator que ascende a luz do otimismo para resultados melhores no segundo semestre deste ano. Ao mesmo tempo, a indústria dos materiais de construção tem empregado 4,5% a mais que no ano passado, e 70% do empresariado dono das fábricas se mostram interessados em investir nas linhas de produção.

Com produtos em abundância no mercado, ao varejista resta ficar tranquilo. Não será necessário estocar produtos, nem se preocupar com uma acentuada queda de vendas, nem disparada de preços.

O cimento é essencial nas lojas de vendas de materiais. Saiba critérios para escolha de fornecedor.

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