Publicado por Carla Rocha em 15/07/2019Smart Cities: saiba mais sobre cidades inteligentes
Utiliza tecnologias e a comunicação em rede para conectar serviços em rede para gerenciar serviços vitaisCréditos: Shutterstock

Smart Cities: saiba mais sobre cidades inteligentes

Capazes de acomodar adequadamente a sociedade, meio ambiente e economia de forma a não causar prejuízos para o ecossistema.

Por Carla Rocha

De acordo com o estudo “The world Population Prospects: The 2017 Revision“, o planeta ganha cerca de 83 milhões de seres humanos a cada ano e a tendência é aumentar ainda mais nos próximos: a população deve chegar a aproximadamente 8,6 bilhões de habitantes humanos até 2030. Mesmo com as perspectivas de diminuição das taxas de fertilidade, a tendência é que a população continue aumentando e deve chegar a 11,2 bilhões de habitantes até 2100, com tendências para se aglomerarem a cada dia mais nas grandes cidades que concentram a maioria das pessoas.

Com o passar do tempo essas cidades passam a consumir cada vez mais energia e, consequentemente, aumentando as emissões de CO². Com isso, é importante pensar no futuro da habitação e possibilitar cidades sustentáveis e inteligentes que sejam capazes de acomodar adequadamente a sociedade, meio ambiente e economia de forma a não causar prejuízos para o ecossistema.

Smart Cities: como funcionam

Uma das soluções para esse crescimento população é o modelo de smart cities ou cidades inteligentes no qual se contempla um sistema onde as pessoas utilizam e interagem da melhor forma possível todos os recursos disponíveis numa cidade para melhorar o desenvolvimento socioeconômico e, assim, melhorar a vidas das pessoas. Desta forma os fluxos de qualquer área dentro de uma cidade são mais inteligentes, tornando os serviços disponíveis mais inteligentes e eficientes, dando respostas mais rápidas às necessidades da sociedade. As bases de uma cidade inteligente vão muito além de tijolos e argamassa, a sua infraestrutura utiliza tecnologias e sistemas construtivos para trazer mais qualidade de vida para os seus habitantes a fim de promover um futuro eficiente e rentável ao mesmo tempo por meio de tecnologias que conectam sistemas de energia, alarme de incêndio, entre outros.

O que muita gente não sabe é que as cidades inteligentes ou smart cities vão muito além do que apenas cidades tecnológicas e se preocupam com outras questões, como: planejamento urbano, saneamento básico, controle de gases nocivos e poluição do ar, energia limpa, habitação social, mobilidade urbana e até coleta seletiva. A cidade inteligente pretende utilizar a tecnologia de comunicação em rede para conectar todos os serviços em rede e gerenciar serviços vitais. O Cities in Motion Index, do IESE Business School na Espanha definiu nove variáveis que indicam se uma cidade é inteligente ou não e qual o nível de inteligência. Entre elas, podemos citar:

 

  • Coesão social
  • Capital humano
  • Meio ambiente
  • Economia
  • Alcance internacional
  • Tecnologia
  • Governança
  • Planejamento urbano
  • Mobilidade e transporte

 

Para a coordenadora de difusão tecnológica da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Talita Daher, um projeto de smart cities, primeiro deve-se estudar a infraestrutura de conectividade das cidades. “A cidade precisa, primeiramente, estar conectada com uma infraestrutura de conectividade preparada para receber as futuras tecnologias. Após essa análise, deve-se estudar os problemas da cidade, seja na área de governança, segurança pública, mobilidade, iluminação pública, entre outros”, destaca a coordenadora. As cidades inteligentes podem ser planejadas desde o projeto inicial ou por meio de investimento em inovação ou pequenas melhorias em serviços ou em sistemas já existentes que podem ser implementados mesmo após muitos anos de existência.

Porém, se ela já é estruturada para ser uma cidade inteligente desde o projeto as chances de dar certo são ainda maiores. “As tecnologias escolhidas e instaladas devem resolver os problemas municipais, promovendo a redução de custos e melhorando a qualidade de vida do cidadão e o projeto deve ser construído levando-se em conta o conceito de interoperabilidade entre as tecnologias e projetos nas diversas áreas”, destaca.

As tecnologias devem funcionar de formas integradas, controladas por um Centro de Controle e Operações, onde o BigData de informações gerado deve ser utilizado para gerar inteligência para redução de custos municipais, digitalizar a economia da cidade e provocar uma melhoria da qualidade de vida do cidadão. Em vários países, incluindo o Brasil, existem cidades implementando conceitos e tecnologias para smart cities.

 

Benefícios das smarts cities

Para Marcelo De Santis Ferreira, coordenador de incubadora do Parque Tecnológico Sorocaba, os principais benefícios que uma cidade inteligente pode oferecer é tornar os processos mais inteligentes, melhorar a qualidade dos principais serviços de uma cidade, saúde, educação, mobilidade, segurança, entre outros, deixando de ter gastos com atividades sem necessidade. “As cidades tradicionais não pensam em melhorar estes processos, deixando-os lentos, com baixa eficiência e cheias de problemas e reclamações, com muitos desperdícios, encarecendo cada vez mais os principais fluxos de uma cidade”, aponta Marcelo.

Economia para a cidade e para a população, assim pode-se investir o dinheiro do município em inovações para o mesmo. “É um efeito cascata, cidades mais inteligentes, estados mais inteligentes e uma nação mais inteligente, chegando a uma população mais feliz”, aponta o coordenador. Entre os principais impactos a médio e longo prazo estão: melhora nos principais serviços das cidades, saúde com melhores resultados, sem filas; mobilidade mais inteligente com diminuição de congestionamentos inúteis liberando mais tempo para as pessoas poderem fazer outras coisas, entre outros.

As tecnologias podem trazer impactos na melhoria dos serviços públicos, na educação, na segurança pública, na mobilidade urbana e em vários outros aspectos do cotidiano das cidades. Para Talita, a introdução de inovação tecnológica no meio urbano traz, como qualquer processo de inovação, tanto oportunidades quanto riscos. “Para mitigar esses riscos e assegurar o uso efetivo das ferramentas tecnológicas são necessárias estratégias gerenciais e organizacionais planejadas a curto, médio e longo prazo, bem como políticas e mecanismos legais que ajudam a criar um ambiente favorável e estimulante para a inovação tecnológica”, finaliza.

 

Habitação de interesse social: entenda as características deste tipo de empreendimento:

https://www.mapadaobra.com.br/?p=17446&preview=true

 

 

 

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