Publicado em 03/09/2013Jary de Xerez fala sobre projetos de infraestrutura

Jary de Xerez fala sobre projetos de infraestrutura

Para quem gosta de projeto de infraestrutura, vale mais ser empregado que empresário

Engenheiro civil calculista e escritor de livros técnicos, Jary de Xerez Neto está com a Petrobras há oito anos. Ao longo desta trajetória, já trabalhou em empresas como Concremat, Tecnosolo, Planave e Manchester – inclusive na gestão de pessoas. Há 13 anos na área de projetos de infraestrutura, recebeu propostas para abrir escritórios e novos negócios. Abaixo, sua avaliação sobre a aventura de ser microempresário neste setor, por olhos de quem já tem segurança profissional.

Mapa da Obra – Na sua área de grandes obras de infraestrutura, é possível ser “engenheiro pequena empresa”? Quais sãos as maiores dificuldades? Como este pequeno empresário entra no ramo?
Jary de Xerez – Para quem quer infraestrutura, a melhor opção ainda está nas áreas técnicas de grandes empresas do ramo de construção e engenharia civil. Este é o caminho para se desenvolver como engenheiro projetista, expandir horizontes e conhecimentos técnicos para projetos de infraestrutura cada vez maiores e desafiadores.

Quem inicia negócio próprio, em sociedade ou não, terá de cara 80% da sua atenção voltada para a gestão da empresa, restando pouco tempo para o desenvolvimento técnico, ou estudo do projeto – sem contar as preocupações com carga tributária pesada, que dificulta o crescimento dos negócios de quem quer sair do nível micro para a pequena ou média empresa. Além disso, empresas de projeto e/ou construção nunca superam por completo o grande obstáculo (que se impõe repetidas e sucessivas vezes) de vencer concorrências para obras de porte médio e grande.

E são exatamente essas obras que garanteriam a manutenção dessas empresas… É preciso ter sempre uma nova obra engatilhada, antes mesmo do término daquela que já está em andamento; isso para não ter que enxugar o quadro de funcionários na entressafra. A solução para conseguir contornar esses tempos de baixa tem sido contratar mão de obra terceirizada, sem carteira assinada, caracterizando ainda mais a volatilidade do mercado atual.

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Mapa da Obra – Como gerir a pequena e média empresa de engenharia para manter-se viva e com sucesso?
Jary de Xerez – O quadro de uma empresa de engenharia civil de projetos é composto de engenheiros, arquitetos, projetistas e desenhistas. À medida que surgem novas demandas, é comum a terceirização desses profissionais que podem, um dia, vir a ser contratados, se o fluxo de projetos for constante. Porém, no futuro, poderão não ser poupados da demissão, caso haja queda abrupta na demanda… Já em empresas ligadas a obras, o quadro de engenheiros deve ser proporcional ao de mestres de obras e operários. Já sabemos hoje de engenheiros que eram empregados de construtoras e foram demitidos, por baixa no volume de projetos. Aí está o risco: administrar o mundo da construção civil é saber lidar com os períodos de baixa e alta no volume de projetos e obras, e o pequeno empresário tem de estar preparado para isso, já que no mais das vezes ele mesmo é sua própria mão de obra para desenvolver projetos.

Mapa da Obra – Qual é a demanda atual de obras e como são as oscilações neste mercado específico?
Jary de Xerez – Ainda dá para dizer que o Brasil aproveita uma fase de aquecimento, mas a questão é o que vai ser deste mercado depois que essa onda passar. À medida que o poder aquisitivo do brasileiro melhora, ele compra seus imóveis, e isso aquece a construção. Em Macaé e Campos (RJ), a maioria dos alunos de faculdades de engenharia faz hoje um estágio, coisa que não se via entre 1992 e 2005, quando muitas empresas quebraram e excelentes técnicos partiram para os concursos públicos. Ou seja, há projetos de infraestrutura, obras em andamento, e trabalho para todos neste momento.

 

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