Publicado em 02/12/2014Comércio varejista segue estável

Comércio varejista segue estável

Em ano de mundial de futebol e eleições, setor cresceu menos, mas está bem acima do PIB

O movimento no comércio varejista de materiais de construção teve desempenho estável em novembro, em relação a outubro, mas caiu 2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados do Instituto de Pesquisas da Universidade Anamaco, revendas menores apresentaram retração de 1% no mês, enquanto grandes estabelecimentos e home centers obtiveram desempenho 8% superior ao de outubro.

No mês passado, as vendas tinham crescido 2% na comparação com outubro de 2013, mas também haviam ficado estáveis em relação a setembro de 2014. Esses números podem gerar alguma ansiedade, porque tradicionalmente o setor de materiais vende mais no segundo semestre (60% do total anual) – as pessoas gastam o 13º salário para deixar a casa em dia para as festas de fim de ano.

Já em dezembro, com crianças de férias e em casa, fica mais difícil reformar.
Até o final de outubro, a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) projetava crescimento total de 3,5% para o setor em 2014, e de 5,5% em 2015.

Falta d’água e o comércio varejista

A crise hídrica do Estado de São Paulo teve seus reflexos sobre o comércio varejista. No mês de outubro, a venda de telhas e caixas d’água cresceu 5%, mas o resultado não se repetiu em novembro, apesar das expectativas: “Ao contrário, houve queda de 8% em novembro”, informa Cláudio Conz, presidente da Anamaco. Aparentemente, a população andou buscando soluções alternativas para o armazenamento de água.

“A tendência de arrumar a casa para as festas de fim de ano se confirmou em novembro, mas não em todos os segmentos de materiais. Os crescimentos vieram nas tintas (6%), metais sanitários e portas e janelas de alumínio (3% cada)”, contabiliza. O estudo também revela que lojistas estão pessimistas para dezembro, e esperam mais retração. “Quem tinha que reformar, já reformou. Isso impacta também nas intenções de contratação de funcionários no último mês do ano, o que foi positivo apenas nas regiões Sul e Norte”.

Revisão para o futuro

Devido aos números apresentados em novembro, a Anamaco está revendo a sua expectativa de crescimento total para o setor em 2014: de 3,5%, para 2%. Até agora, lojas venderam apenas 1,5% a mais que no ano passado. “Nos últimos 20 anos, o nosso setor tem crescido de duas a três vezes em relação à taxa de crescimento do PIB. Se as vendas ficarem estáveis em dezembro, como esperamos, o ano se encerrará pela primeira vez com desempenho muito superior ao próprio PIB”, diz Conz. Analistas do mercado financeiro já prevêem um desenvolvimento para o PIB reduzido a 0,19% (2014).

Para 2015, a entidade espera  um crescimento de 5,5% sobre 2014. “Acreditamos que a nova equipe econômica do governo fará os ajustes necessários e de forma suave, para que a economia continue crescendo, sem maior perda de emprego e renda.”

A Anamaco também nota uma grande preparação dos bancos privados para recuperar sua fatia no mercado de financiamentos a materiais de construção e financiamentos imobiliários – esses últimos batendo recordes sucessivos. Como 65% dos empréstimos pelo Sistema Financeiro da Habitação são para compra de imóveis usados, sempre há grande demanda por produtos para reformas.

Em 2013, o varejo e material de construção registrou um aumento de vendas 4,4% superior a 2012, e um faturamento recorde de R$ 57,42 bilhões.

Cuidar da parte visual da loja, incluindo a própria fachada, ajuda a atrair ou alavancar vendas
Botão Site

Compartilhe esta matéria

Mais lidas

Veja também

X