A argamassa é primordial para qualquer construção e os diferentes tipos de argamassa desempenham um papel fundamental para cada necessidade de obra. Composta por uma mistura de cimento, areia e aditivos químicos, ela serve para o assentamento de tijolos e blocos, impermeabilização e regularização de superfícies, ou para dar acabamento às superfícies, seja ele texturizado, áspero ou liso.

Para qualificar a sua aplicação, seja ela qual for, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece parâmetros normativos para algumas propriedades do material – como trabalhabilidade, retenção de água, teor de ar incorporado e resistência de aderência, por exemplo.

O ideal é que, quando ela estiver em estado plástico, apresente boa trabalhabilidade e capacidade de retenção de água adequada para garantir a hidratação do cimento e, enquanto em estado endurecido, apresente boa resistência de aderência ou ao cisalhamento e boa resiliência.

Aplicações dos tipos de argamassas

Para contemplar todas as aplicações possíveis, existem inúmeros tipos de argamassas. Para Lucas Harb, gerente de Desenvolvimento Técnico da Votorantim Cimentos, você deve responder a duas perguntas antes de escolher o tipo ideal: qual o tipo de revestimento e qual o tamanho do revestimento?

As principais argamassas utilizadas atualmente no mercado da construção são a argamassa colante, argamassa de grauteamento, argamassa de assentamento, argamassa de revestimento e argamassa para pisos.

Conheça um pouco sobre cada um desses tipos e para quais aplicações essas argamassas são ideais, respectivamente.

Quais são os tipos de argamassa?

• Argamassa Colante

De acordo com o professor João Carlos Gabriel, coordenador do curso de Engenharia Civil da Universidade Presbiteriana Mackenzie (Campinas), as argamassas colantes se classificam em quatro tipos: AC-I, AC-II, AC-III e AC-III E. “Cada argamassa colante ou industrializada tem a sua propriedade específica devido a seu traço e quantidade do tipo de aditivo.”

O que é AC-I, AC-II e AC-III?

João explica que as argamassas AC-I são mais resistentes aos esforços, temperatura e umidade em ambientes internos, servindo para áreas úmidas ou secas. Lucas Harb complementa: “um diferencial da AC-I da Votomassa é que ela pode ser utilizada em ambientes mais úmidos, como cozinhas e banheiros. Pouquíssimas argamassas desse tipo fazem essa aplicação”.

A argamassa AC-II tem boa adesividade e resistência à umidade e temperatura. É utilizada, principalmente, em fachadas, revestimentos de piscinas e aplicação de pisos cerâmicos em áreas públicas. Já a argamassa AC-III tem melhor aderência que as AC-I e AC-II. Por isso, pode ser aplicá-la em locais como saunas e piscinas de água quente, por resistir melhor a variações de temperatura.

Por fim, a argamassa AC-III E é uma variante da argamassa anterior. Um detalhe é que o tempo de cura dela é maior. No Papo Construtivo sobre patologias em revestimentos de fachada, a equipe da MPD Engenharia utilizou a AC-III E. Confira como foi aqui.

• Argamassa de Grauteamento

A argamassa de grauteamento, normalmente, recebe uma adição de superplastificante para deixar o graute superfluído e facilitar a trabalhabilidade do projeto.

“Esse tipo de argamassa é utilizada para fazer bases para pequenas máquinas e algumas estruturas, além de servir para preencher cavidades”, explica João.

• Argamassa de Assentamento

Segundo o professor do Mackenzie, a argamassa de assentamento deve promover aderência entre os elementos de vedação ou estruturais, como tijolos e blocos. “Ela deve promover a aderência entre os elementos, ter resistência estrutural e ser impermeável, a fim de dificultar a higroscopicidade. Por isso, não devem ser adicionados aditivos”.

• Argamassa de Revestimento

A finalidade da argamassa de revestimento é cobrir, nivelar e proteger as alvenarias de fechamento estrutural e também a parte inferior da laje.

Sua aplicação, normalmente, acontece em três camadas que cumprem diferentes papéis. A primeira camada, conhecida como chapisco, serve como base de todo o revestimento, evitando que as demais camadas descolem. A segunda é chamada de emboço, que preenche buracos, nivela ou adiciona relevo à superfície. Por fim, a terceira, conhecida como reboco, é opcional e varia de acordo com o resultado que você deseja para a sua parede.

“É ideal que essa argamassa seja fácil de manusear e deve ter a propriedade de não escoar facilmente quando aplicada”, diz Gabriel.

• Argamassa para pisos

“A argamassa para assentamento de pisos deve promover a aderência entre o contrapiso e o piso”. Pode-se utilizá-la em pisos, cerâmicas, ladrilhos e outros materiais utilizados no piso.

O que a escolha errada do tipo de argamassa pode acarretar para a obra?

De acordo com Lucas, o problema mais comum é o desplacamento do revestimento, acarretando retrabalho, maior tempo de obra e maior custo. Entretanto, segundo o professor do Mackenzie, a má-escolha pode levar também a fissuras, trincas e fragilidade na adesão de tijolos e blocos.

 

 

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