
Tijolos para alvenaria: como escolher corretamente
Saiba o que levar em conta a hora de optar por blocos cerâmicos e de concreto para alvenaria
Entre os materiais mais usuais em uma obra de construção, estão os blocos de concreto e os cerâmicos – esses últimos na versão tijolo maciço e bloco vazado. A escolha correta do tijolo para alvenaria depende de uma análise da sua necessidade, pois esses tijolos possuem diversas soluções disponíveis e tipos que podem variar de acordo com a matéria-prima, formato e dimensões, e podem impactar diretamente na produtividade do canteiro, além dos seus impactos nos custos e na qualidade da entrega final da construção.
A escolha do tipo de bloco ou tijolo para a construção de paredes internas e externas é uma das decisões mais importantes para se tomar no início de uma obra. No caso da alvenaria para vedação, a classificação das peças se dá em função da matéria-prima e do formato (maciço ou vazado). A definição dos blocos pode depender, fundamentalmente, da familiaridade do construtor, do cronograma da obra, da disponibilidade e do preço.
De acordo com o professor João Carlos Gabriel, coordenador do curso de engenharia civil da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas há, no Brasil, uma preferência pelos tijolos maciços, associados à alta resistência, controle térmico e de ruído, além de bom acabamento. No entanto, devido às dimensões desses tijolos (em torno de 5 x 10 x 20 cm), a produtividade da mão de obra na execução de alvenaria costuma ser bem baixa.
Cerâmica x concreto: veja as diferenças
Os blocos de concreto têm como principal vantagem dispor de controles mais rigorosos em sua produção. Por isso, eles tendem a ser mais regulares geometricamente e exigir menor consumo de argamassa para assentamento e reboco. Os blocos cerâmicos, por sua vez, têm como pontos fortes o maior conforto térmico e a facilidade de manuseio por conta de sua leveza. No entanto, eles têm uma variação de qualidade maior porque são fabricados a partir de argila, que pode apresentar diferentes composições. Além disso, os blocos cerâmicos são produzidos a partir da queima em fornos. “Se esse processo não for bem controlado, pode levar à formação de trincas e desconformidades nos tijolos”, alerta. Já em localidades e obras que têm restrição à compra de cimento, uma alternativa é o tijolo de solo-cimento, que utiliza aproximadamente 90% de argila local e 10% de cimento, além de água. “Este tijolo pode ser produzido localmente com uma prensa e depois curado ao tempo”, destaca.
Boas práticas no canteiro de obras
Para obras que têm o prazo como um ponto crítico, uma alternativa são os blocos de concreto celular que, embora custem mais, são extremamente leves. Para se ter uma ideia, a alvenaria com blocos de concreto celular pesa aproximadamente 600 kg/m³, enquanto que uma alvenaria com bloco de concreto comum chega a 1.400 kg/m³.”Na hora de comprar blocos para alvenaria, é importante pedir para um engenheiro analisar a relação custo-benefício, considerando o custo do material, da mão de obra, da argamassa e dos revestimentos”, afirma João Gabriel. O docente do Mackenzie sugere também, que sempre seja realizada uma verificação físico-fiscal na hora do recebimento do material. “Blocos e tijolos quebrados devem ser substituídos”, recomenda. Para evitar perdas e desperdícios, os blocos e tijolos precisam ser armazenados no canteiro em local adequado, protegidos da chuva bem como qualquer influência climática que possa causar degradações no material. Uma prática recomendada é separar as peças por tipo, dimensão e resistência em pilhas inferiores a 1,5 m de altura, de preferência próximas ao local de transporte vertical ou de uso.