Da concretagem em 20 anos
Avanços de resistência e de durabilidade foram auxiliados pela chegada de normas relevantes para o setor
Em 1997 estava sendo construída, em São Paulo, uma das obras de maior relevância para a evolução do concreto: a construção do Centro Empresarial Nações Unidas (CENU). Na época, as equipes que participaram da formulação do concreto, a PhD Engenharia e a Engemix, conseguiram alcançar um marco histórico no índice de resistência, formulando um concreto com 50 MPa.
estava sendo introduzida no mundo a ideia de concreto de alta resistência, que superou muito os concretos que a gente usava antes da década de 1990. Em todo o mundo estavam sendo feitos prédios com concreto de alta resistência e o Brasil não podia ficar atrás. Para que se tenha uma ideia da história, estavam sendo projetadas torres com 25 MPa no CENU, e na torre norte, a terceira torre, se propôs fazer com 50 MPa e retirar um pilar a cada dois”, conta o professor Paulo Helene, diretor da PhD Engenharia e um dos nomes mais importantes da área para a construção civil.
“O desafio não era só conseguir um concreto de alta resistência com homogeneidade, mas também era construir com velocidade.”
explica o professor.
Em 2019, 22 anos depois, o alcance de resistência do concreto está quase dobrando no Brasil – neste momento, a Nortis Incorporadora está construindo com o auxílio da PhD Engenharia e da Engemix, o edifício Leopoldo 1201, que conta com pilares com concreto de alta resistência de 90 MPa, assista aqui.
Além disso, a mesma obra da Nortis está batendo o recorde em módulo de elasticidade, atingindo 48 GPa.
O que foi superado dentro destes anos
Além de se alcançar resistências superiores aos anos 90, a evolução das estruturas de concreto e das concretagens passaram por inovações bastante relevantes ao setor. A concepção de normas que estipulam parâmetros para as resistências e também começam a analisar o desempenho das edificações são algumas dessas evoluções. “A evolução das normas no Brasil na área do concreto tem sido muito boa. Em 2003 foi introduzida pela primeira vez na NBR 6118 a ideia de durabilidade, que é muito importante e os concretos de alta resistência respondem bem a questão da durabilidade porque eles utilizam relação água/cimento baixa”, explica Helene.
Quando se trata de manutenção preditiva, o Spectrum, por exemplo, consegue apontar algum possível problema que deverá ocorrer com alguma máquina. Ao fazer essa análise antes que este dano aconteça se evita paralisações de produção e um custo adicional para realizar os ajustes e a manutenção devida naquele maquinário. A importância destes sistemas de IA já tem sido percebida no dia a dia da fábrica por meio de uma área de painel elaborada apenas para mostrar as análises do Spectrum.
As normas que fazem parte desta evolução são:
ABNT NBR 6118
Projeto de Estruturas de Concreto — Procedimento;
ABNT NBR 14.931
Execução de Estruturas de Concreto;
ABNT NBR 15.575
Desempenho de edificações habitacionais.
“Todas essas normas conseguiram valorizar aqueles que já faziam e estimular o meio técnico, de alguma forma, para que houvesse uma evolução. E hoje está comprovado que é mais racional e mais sustentável – palavras que ainda não eram ditas na década de 90 – utilizar concretos de alta resistência do que concretos de resistência usual. Do ponto de vista do meio ambiente, ele também é favorável”, ressalta o professor.
Além das normas, houve também uma evolução nos tipos de concretos utilizados em obras.
“Naquela época ainda não existia o concreto autoadensável, por exemplo, ele só apareceu mais tarde, no começo deste século. Sua criação foi outra revolução que vale a pena ser registrada”,
destaca o professor.
Uma das obras mais marcantes na utilização do concreto autoadensável é o Cidade Matarazzo. Além de utilizar o concreto autoadensável em toda sua estrutura, este empreendimento de alto padrão conta também com concreto colorido e de alta resistência, chegando a 60 MPa, assista aqui.
Confira a evolução da concretagem nos últimos 20 anos:
Assista Agora!
Confira na íntegra como foi a construção da torre norte do CENU, 1997:
Fontes Utilizadas
Empresas, institutos e ongs
- PhD Engenharia
- Votorantim Cimentos
Profissionais
- Paulo Helene, diretor na PhD Engenharia
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