Teste de arrancamento
Ensaio de argamassa controla variáveis que interferem no desempenho do revestimento
A aderência da argamassa ao substrato – seja ele concreto ou blocos de qualquer tipo – varia de acordo com fatores como condições ambientais e métodos de aplicação do produto, e um dos instrumentos que permitem avaliar cada caso é o chamado teste de arrancamento, ou de aderência.
O método é prescrito pela ABNT NBR 13.528:2010 – Revestimentos de Paredes e Tetos de Argamassas Inorgânicas – Determinação da Resistência de Aderência à Tração, da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Ensaio de resistência à tração, o teste de arrancamento verifica a interação entre as camadas constituintes do revestimento (base, ligação e acabamento), determinando o valor máximo da tensão de aderência suportada. “Mostra também qual das suas interfaces tem menor resistência à s tensões atuantes”, explica Renato Vitti de Souza, supervisor de desenvolvimento técnico de mercado da Votorantim Cimentos.
Deve ser executado em painel teste, ao iniciar o assentamento das alvenarias, em locais de fácil acesso e expostos à s reais condições do canteiro – nÃvel de umidade, temperatura, chuvas. Isso aponta para a necessidade de cuidados com a argamassa a utilizar numa fachada sul, sombreada, e noutra norte, onde o sol incide durante todo o dia.
Por outro lado, argamassas projetadas mecanicamente tendem a apresentar valores de resistência superiores e mais uniformes à de argamassas aplicadas manualmente. A diferença se justifica no fato de que a projeção mecânica proporciona maiores superfÃcies de contato, reduzindo a porosidade e a permeabilidade dos revestimentos.
O teste de arrancamento também serve para controlar processos de execução. Define os traços da argamassa, principalmente em relação à granulometria da areia, com o objetivo de evitar que edificações já ocupadas apresentem patologias, como o descolamento de placas na fachada.
Realizado em painéis de no mÃnimo um metro quadrado, o arrancamento deve abranger tanto elementos estruturais quanto de vedação, sobre pontos a serem escolhidos aleatoriamente, inclusive no revestimento que está sobre juntas entre blocos. O recomendável é que as amostras sejam retiradas da fachada ainda no andar térreo – na face externa do edifÃcio, utilizando um ou mais tipos de argamassas pré-selecionadas, industrializadas ou produzidas no canteiro, e sempre 28 dias após a aplicação da massa (para argamassas mistas ou de cimento e areia), ou 56 dias após (para argamassas de cal e areia).
A preparação dos corpos de prova permite obter algumas informações ainda no canteiro, antes da realização dos serviços, tais como rigidez, aderência a substratos, resistência superficial da argamassa, entre outros. O laudo completo, no entanto, pode levar dois ou três dias úteis para sair.
Passo a passo
Com uma furadeira acoplada a uma broca serra-copo de 50 mm de diâmetro, são feitos os furos para retirada do corpo de prova. Ao total, são feitos 12 furos aleatórios, de forma a abranger diversos pontos de blocos e nas juntas entre eles, onde as resistências da aderência são diferentes.
Após a limpeza da superfÃcie de recorte, sobre cada furo é colada uma pastilha circular, com resina epóxi ou de poliéster. A pastilha tem ponto de acoplamento para equipamento de tração.
Depois, o aparelho de arrancamento (dinamômetro de tração), dotado de dispositivo para leitura de carga, é acoplado, e as pastilhas, então, arrancadas.
Por fim, as amostras são analisadas em laboratório. É calculada a resistência de aderência à tração de cada corpo de prova, e analisada sua forma de ruptura.
Liga para Massa Itaú: melhor escolha para o preparo de argamassa de reboco e blocos de alvenaria.