Publicado em 24/06/2014Filmar projetos de arquitetura garante visibilidade

Filmar projetos de arquitetura garante visibilidade

Mais do que divulgar, filmes permitem ver além dos conceitos básicos da arquitetura

Há cerca de dois anos o escritório Inside Arquitetura & Design percebeu que havia uma demanda de seus clientes em registrar projetos de arquitetura em desenvolvimento ou execução. Por isso, e também para seu próprio controle interno, o escritório já mantinha uma rotina de fazer fotos antes, durante e após a conclusão das obras. Isso, no entanto, não parecia suficiente: “Surgiu então a idéia de fazer vídeos. Fica mais dinâmico, menos chato”, justifica a arquiteta Sara Rollemberg Scaranni.

De custo muito baixo, o filme pode ser montado a partir de fotos produzidas por um funcionário de marketing do próprio escritório – e os resultados são positivos. Não dá para afirmar, porém, que vídeos sejam verdadeiro chamariz de novos clientes.

“Eles até auxiliam na divulgação do escritório, assim como a mídia impressa. Visualmente, o ser humano acaba entendendo melhor a obra”, pontua a arquiteta. Sara pretende investir em vídeos mais elaborados, incluindo composições em time lapse, que retratam, de forma acelerada, o desenvolvimento da obra.

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Interpretação de projetos de arquitetura

O vídeo desenvolvido a partir de um projeto pode ser mais que uma forma de divulgar o trabalho do profissional. O arquiteto e fotógrafo Pedro Kok, especializado em fotografia e videografia de arquitetura conta que, com seus vídeos, a intenção não é explicar o projeto. “O que tento é contar uma história sobre ele”, diz. É como se o vídeo fosse sua continuação independente e autoral – um “subproduto” da arquitetura. A abordagem sobre os projetos de arquitetura, em vídeo, é bastante pessoal – é Kok quem define ângulos e formas de filmá-los.

“Também defino começo, meio e fim das histórias que crio. Gosto muito de trabalhar em parceria com os arquitetos, mas sempre deixo muito claro que o vídeo não é um produto deles”, explica. Sua abordagem é muito mais artística, e menos (ou nada) técnica. “A arquitetura é estática. É preciso ir até ela para conhecê-la. O vídeo exige que algo esteja acontecendo; então, introduzo elementos, como movimentos de câmera, ou alguém passando.”  Trata-se de uma nova forma de entendimento da obra, mais livre e menos exata.

Divulgação indireta

Apesar da linguagem subjetiva, e de não abordar a arquitetura diretamente, os vídeos de Kok podem ser utilizados pelos arquitetos como material de trabalho. Flavio Castro empregou o artifício para divulgar sua Casa Planalto no World Architecture Festival (WAF) 2013, em Cingapura. “Tínhamos apenas 15 minutos para ressaltar os principais pontos do projeto, a um público que não necessariamente conhecia o Brasil”, explica. Para ele, o vídeo é autoexplicativo. “Representa a arquitetura e suas interações numa linguagem muito mais direta. Grandes escritórios têm apostado nessas produções”, revela.

Tecnologia

Com quatro filmes sobre a obra do arquiteto Paulo Mendes da Rocha em exibição na Triennale de Milão (Itália), Kok acredita na funcionalidade do formato de vídeo para a internet. Ele afirma que o Vimeo saiu na frente do YouTube, pois aceita melhor arquivos em alta definição. Isso acabou criando uma comunidade em torno da plataforma. Embora o YouTube já ofereça recursos técnicos semelhantes, há certa predileção natural dos arquitetos pelo Vimeo. Além disso, o YouTube tem propagandas, o que geralmente não é desejado.

Foto: Reprodução do vídeo Casa Planalto

 

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