Publicado em 21/08/2018Construção civil não cresceu no primeiro semestre de 2018
Diferentemente do que esperava o setor no final de 2017, economia não apresenta melhores resultados para a construção civilCréditos: Shutterstock

Construção civil não cresceu no primeiro semestre de 2018

Setor não apresenta crescimento e confiança dos investidores tem forte retração

Fortemente ligada à economia, a indústria da construção civil não teve resultados positivos no primeiro semestre de 2018. “O resultado foi péssimo. O que está acontecendo é que a economia brasileira vai muito mal e a construção civil não cresceu, pois é reativa à própria economia”, explica Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).

De acordo com a Sondagem Indústria da Construção, divulgada no final de junho pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os indicadores que avaliam a confiança com relação aos investimentos e as atividades da indústria demonstraram forte retração do setor impulsionada pela paralisação do transporte de cargas. “Tudo isso determina que, não é possível ter uma economia indo mal e a construção civil indo bem, porque é uma indústria que vive de investimentos de acionistas, famílias, governo, das indústrias, do comércio, constrói residências, fábricas, infraestrutura e não tem obras”, ressalta Zaidan.

Por que a construção civil não cresceu?

Em 2017, a construção civil não cresceu e o setor foi responsável pelo encerramento de quase 104 mil postos de trabalho formais durante o ano, de acordo com dados levantados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

Segundo o vice-presidente de economia do SindusCon-SP, desde que a recessão econômica teve início, no final de 2014, aumentou o desemprego dos trabalhadores do setor. “A gente perdeu mais de 1,5 milhão de trabalhadores com carteira assinada. Então isso mostra um nível de atividade baixíssima. É preciso ressaltar que é uma atividade de longo prazo e não existe uma obra que começa hoje e termina daqui dois meses. Na melhor das hipóteses, ela termina em um ano. Logo, esses resultados não são de curto prazo”, aponta.

A expectativa dos representantes do setor era positiva para 2018, mas Zaidan já alerta que esse crescimento não deve ocorrer esse ano. “As obras de infraestrutura que estão sendo feitas se contam nos dedos da mão esquerda e isso é um problema pensando no país do tamanho do Brasil. A indústria imobiliária está andando muito devagar por um monte de motivos, como: recessão, a questão da renda, a questão do financiamento, a questão da não regulamentação dos distratos, por exemplo”, complementa o vice-presidente de economia do SindusCon-SP.

E o Minha Casa, Minha Vida?

No início de 2018, o pronunciamento do atual presidente do Brasil, Michel Temer, renovou as perspectivas das construtoras e incorporadoras ao destacar a volta dos investimentos na faixa 1,5 dos imóveis. Esse investimento, no entanto, não é o bastante para alavancar a indústria da construção civil como um todo. “O Minha Casa, Minha Vida está indo bem hoje. Mas é só o Minha Casa, Minha Vida e a construção civil não depende só dele. Esperávamos uma recuperação que não veio e não deve vir pela questão da eleição e dos muitos problemas sindicais. O cenário não é bom e deve continuar ruim”, ressalta Zaidan.

 

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