Publicado em 06/03/2017Concreto autocicatrizante ganha espaço na construção civil
Solução é capaz de reparar trincas e fissuras estáticas com até 0,4 mm no concreto estrutural de edificaçõesCréditos: MikeDotta / shutterstock.com

Concreto autocicatrizante ganha espaço na construção civil

Concreto autocicatrizante é indicado para construção de reservatórios, estruturas de saneamento, túneis e estações de metrô

Em 2005, uma solução capaz de reparar trincas e fissuras estáticas com até 0,4 mm no concreto estrutural de edificações começou a ser estudada pelo comitê técnico SHC 221 da RILEM (um comitê internacional de laboratórios e especialistas do setor de construção civil). No Brasil, contudo, o chamado concreto autocicatrizante (CAC) só passou a ser desenvolvido em 2011 pelo departamento de materiais do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).

A principal característica desse tipo de concreto é ter algum material em excesso, chamado de adição mineral suplementar. É essa matéria-prima que preenche a fissura. O cimento CPIII tem excesso de sílica, então a ele são agregadas adições minerais à base de sílica, como microsílica, metacaulin etc. Já o CPV tem muito cálcio. Nesse caso, deve-se aumentar a quantidade de cálcio.

Para potencializar a autocicatrização, é comum usar aditivos cristalizantes. No entanto, não é o aditivo cristalizante que faz o concreto se autocicatrizar, mas sim a adição de algum mineral da composição do concreto.

Especificação e vantagens

Por ser 30% mais caro do que o concreto convencional, o concreto autocicatrizante não deve ser aplicado em qualquer tipo de obra. Ele é recomendado para construções pesadas como reservatórios, estruturas de saneamento, túneis e estações de metrô. Contudo, dispensa impermeabilização, o que torna a solução mais interessante economicamente e acelera o cronograma.

Outra vantagem do concreto cicatrizante é a durabilidade. Ele dura cerca de 20 a 30 anos mais do que o concreto tradicional – assim, o custo inicial acaba sendo diluído pela baixa necessidade de manutenção.

Aplicações

A solução – que ainda é estudada tanto no Brasil quanto no exterior – foi aplicada nas lajes de fundo de algumas estações da Linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, na cobertura do Museu de Arte do Rio (MAR), e na laje do Museu da Imagem e do Som (MIS).

 

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