
CEF aumenta acesso ao financiamento imobiliário
Banco aumentou fatia financiável de imóveis novos e usados, e vai liberar R$ 2,4 bi para construção de imóveis de R$ 500 mil
A Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou novas medidas que prometem reaquecer o mercado imobiliário e a construção civil. Foram destaques do anúncio da presidente do banco, Miriam Belchior, a ampliação da oferta de crédito, tanto para compradores de imóveis usados, quanto para construtoras que queiram investir em obras residenciais, além do aumento da fatia financiável dos usados e a possibilidade de obter financiamento para um segundo imóvel.
Antes, trabalhadores do setor privado conseguiam financiar até 80% do valor do imóvel. Em maio de 2015, essa porcentagem caiu para 50%. A partir do próximo dia 24, no entanto, volta a subir, para 70%. No caso dos funcionários públicos, o limite antes de maio de 2015 era de 90%. Caiu para 60%, e agora volta a subir, para 80%.
Na prática, quem tem poupança menor para dar entrada no imóvel ganha maiores chances de ter seu financiamento imobiliário aprovado, para pagar em até 30 anos (usando os recursos da poupança) a taxas de juros que variam entre 9,3% e 11,5%. As mesmas condições de financiamento valem para quem for adquirir o segundo imóvel: “Desta forma, o cliente poderá ter dois imóveis financiados, ou ter uma folga no tempo para vender o seu primeiro imóvel”, afirmou Miriam Belchior.
E não é só: trabalhadores com conta ativa no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) poderão financiar 85% do imóvel, novo ou usado, em área urbanas, pelo prazo máximo de 30 anos, a taxas de juros entre 7,85% e 8,85% ao ano – a chamada linha pró-cotista (http://www.fgts.gov.br/procotista.asp).
As linhas de crédito são para imóveis que custam até R$ 750 mil nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal, ou até R$ 650 mil, nos demais Estados, e a ideia é desemperrar negócios para as classes média e alta, que usam o imóvel atual para dar entrada em um novo.
De onde vem o dinheiro
A CEF é responsável por cerca de 70% dos contratos de financiamento imobiliário no Brasil. Em 2015, foram R$ 91,1 bi em novas contratações – um aumento de 13% em relação ao ano de 2014.
No caso de obras de infraestrutura, com linhas de crédito específicas, o aumento nas contratações em 2015 foi de 25%. Com tudo isso, o lucro do banco no ano passado ultrapassou a cifra de R$ 7 bi, um aumento de 0,9% em relação a 2014. O retorno sobre o patrimônio líquido médio nos últimos 12 meses foi de 11,4%.
Com as medidas recém-anunciadas, a expectativa é elevar as contratações imobiliárias este ano, novamente, em 13%, o que equivale a 64 mil unidades habitacionais financiadas a mais que em 2015, sendo 29,7 mil com recursos do FGTS, e 34,3 mil unidades pela poupança.
Os recursos para efetuar empréstimos deverão vir do próprio FGTS: a CEF teve R$ 16, 1 bi liberados pelo Conselho Curador do fundo, em fevereiro. O banco ainda aplicará cerca de R$ 7 bilhões na linha pró-cotista, e anunciou uma linha de R$ 2,4 bilhões, com taxas especiais competitivas, dirigida a construtoras de qualquer porte que estejam produzindo imóveis a serem vendidos por até R$ 500 mil.
Você conhece as etapas de um financiamento e tem dúvidas sobre o assunto? O Mapa da Obra selecionou orientações que podem ajudar.