A industrialização representa a racionalização dos processos construtivos e, independente da origem de seu material, está relacionada à produção dos produtos em um ambiente controlado, A industrialização pode tornar a produção construtiva muito semelhante à produção das montadoras de veículos, melhorando consideravelmente as condições de controle, qualidade e a adoção de novas tecnologias.

No Brasil, ainda não existe uma norma técnica que especifica esse sistema construtivo, porém ele se enquadra nas diretrizes do SINAT (Sistema Nacional de Avaliações Técnicas) e os perfis utilizados são regidos pela ABNT NBR 15.253, norma que orienta os processos que envolvem perfis de aço formados a frio, com revestimentos metálicos. Porém, ainda para se escolher o melhor método, seja para uma residência ou para um edifício, é preciso identificar e analisar as características locais, a acessibilidade, o entorno, a paisagem, o clima, enfim, todas as condicionantes geográficas e, também, as tecnológicas, como a disponibilidade de fornecimento de materiais e a qualidade da mão-de-obra.

Existem alguns processos construtivos industrializados que já são utilizados no mundo todo e vem ganhando espaço no Brasil, como o Light Steel Frame, que é caracterizado como um processo altamente industrializado, que possibilita a construção a seco com grande agilidade de execução formado por diversos componentes e composto por painéis estruturais autoportantes. O processo construtivo do LSF pode ser dividido em categorias:

Método Stick: método onde é feito corte de perfis e montagem dos elementos como painéis, lajes, contraventamentos e tesouras no canteiro de obra. É comumente utilizado em locais onde a pré-fabricação não é inteiramente viável, ou seja, o transporte ou algum outro fator torna o projeto mais caro do que usual. Este método traz facilidade de transporte por não se ter peças tão grandes e que são movimentadas em partes dentro do próprio canteiro com a necessidade de ligação correta dos elementos, ou seja, já que os perfis vêm separados em peças menores, precisa-se seguir corretamente o projeto executivo para que a montagem seja correta, dando uma atenção especial para o método de ligação das peças.

Método por painéis: o método baseia-se na pré-fabricação de painéis estruturais fora do canteiro de obra, além de elementos de contraventamento e tesouras de telhado que são transportados até o local para montagem convencional por meio de parafusos. Neste método temos menos possibilidade de erros na montagem dos painéis, minimizando o trabalho na obra, precisamos de certa automação nas tarefas já que as estruturas se tornam maiores e sendo assim, precisam ser manuseadas por máquinas, com um controle de qualidade rigoroso durante a produção industrial como o aumento da precisão dimensional de cada elemento.

Método de construção modular: este método consiste em utilizar a pré-fabricação integral de unidades modulares, isto é, módulos com todos os acabamentos internos e externos, bem como louças e mobiliários, sendo assim, o trabalho executado in loco é praticamente levado a zero.  A partir da análise conjunta de todas as condicionantes  e necessidade de cada obra ou empreendimento é possível otimizar qual a melhor estratégia para orientar a concepção e o desenvolvimento do projeto com seu método construtivo adequado. Afinal, apenas construir, muitos já o fazem, fizeram desde nossos ancestrais hominídeos e tantos continuarão fazendo, porém, construir bem e com responsabilidade é inerente aos bons engenheiros civis que sabem assim analisar inúmeras variáveis e fatores.

Autor:  Soraya Arida Katchvartanian – Mestre em Engenharia Civil e professora do Curso de Engenharia Civil do Instituto Mauá de Tecnologia

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