Publicado em 24/02/2017Impermeabilização rígida e flexível: diferenças
Argamassa polimérica é um produto industrializado pronto para uso. Basta misturar a emulsão de polímeros ao cimento e aos aditivos mineraisCréditos: Paulo Barros / e-Construmarket

Impermeabilização rígida e flexível: diferenças

Com características distintas, impermeabilização rígida e flexível são indicados para usos específicos. Saiba onde e por que utilizar cada uma

A impermeabilização é uma etapa importantíssima de uma obra, pois protege as edificações da deterioração causada pela água e por outros agentes agressivos que, em contato com a umidade, causam problemas sérios ao concreto. Assim, os impermeabilizantes garantem a durabilidade da construção. Conheça as diferenças e aplicações da impermeabilização rígida e da flexível.

Os impermeabilizantes dividem-se em rígidos (aqueles que utilizam materiais como argamassa impermeável e argamassa polimérica) e flexíveis (utilizam membranas acrílicas, termoplásticas, asfálticas, de poliuretano, poliuretano com asfalto etc., aplicadas no local da obra, bem como mantas pré-fabricadas, que podem ser asfálticas, de PVC ou EPDM).

A impermeabilização rígida não suporta a movimentação da estrutura, por isso é utilizada em estruturas não sujeitas à fissuração ou a grandes deformações. Já as flexíveis, possuem a capacidade de se alongar em função da exigência estrutural e de absorver a fissuração se forem adequadamente especificados.

 

Tabela

 

De acordo com o engenheiro civil José Miguel Morgado, diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), um projeto de impermeabilização é fundamental para que o material seja especificado corretamente. “O profissional irá estudar o caso e especificar adequadamente o sistema e os produtos, pois impermeabilizar uma obra não é tarefa fácil”, comenta.

Morgado reforça a importância da especificação com dois exemplos: produtos de impermeabilização rígida não pode ser aplicado em uma laje térrea, pois ele não aguenta o movimento da estrutura. Então, tanto a estrutura quanto a impermeabilização irão trincar. Da mesma forma, um impermeabilizante flexível não deve ser aplicado em subsolos com umidade ou lençol freático, porque vai criar uma bolha. Nesse caso, a versão rígida é a ideal.

Aplicação e cuidados

A aplicação varia de acordo com o material, mas alguns cuidados servem para todos os sistemas de impermeabilização. Por exemplo, antes de impermeabilizar, a superfície precisa ser regularizada com areia e cimento com caimento para os ralos; deve estar limpa, lisa e sem poeira, graxa ou óleo; e as trincas e fissuras devem ser tratadas de modo compatível com o sistema impermeabilizante que será aplicado. Durante a aplicação, o tráfego deve ser liberado somente para os profissionais da obra, que terão de usar calçados apropriados. Após a conclusão do serviço, é feito um teste de estanqueidade com lâmina de água por 72 horas para verificar a integridade do sistema.

Impermeabilização rígida

A argamassa polimérica é um produto industrializado pronto para uso. Basta misturar a emulsão de polímeros ao cimento e aos aditivos minerais. Ela é aplicada com brocha ou projetada com equipamentos de projeção sobre superfície úmida, mas não encharcada. As demãos devem ser cruzadas com 1 kg de produto por m2. “Esse impermeabilizante não pode ser exposto aos raios solares e deve ser curado com água”, recomenda Morgado.

A argamassa impermeável é preparada na obra com a mistura de um aditivo impermeabilizante ao cimento, à areia e à água. Ela deve ser chapiscada em paredes internas ou externas para formar uma camada impermeável. São necessárias duas ou três camadas com 1,5 cm de espessura. Para alisar a massa é recomendada desempenadeira de madeira de modo a manter os poros. “Desempenadeira de aço ou colher de pedreiro não podem ser usadas”, informa o diretor do IBI. A argamassa deve ser mantida úmida por, no mínimo, três dias.

Impermeabilização flexível

Segundo Morgado, é preciso verificar se esse tipo de impermeabilizante exige substrato seco ou se este pode ser levemente úmido. As membranas podem ser aplicadas com rodo, rolo de lã de carneiro ou spray em diversas camadas de acordo com a especificação do projeto. A manta asfáltica é colada com maçarico ou asfalto quente sobre o primer. A manta de PVC é soldada a quente, de forma que uma manta se funda com a outra. E a manta de EPDM é colada com uma fita de borracha de EPDM que, ao receber a cola, se dissolve e une duas mantas na emenda.

Escolha adequada

A especificação correta do sistema de impermeabilização deve, ainda, ser compatibilizada com os outros sistemas componentes da edificação, como por exemplo, concretos, argamassas de revestimento, argamassas colantes e rejuntamentos. Para isso, a Votorantim Cimentos oferece diversos sistemas – que podem ser adequados de acordo com as necessidades da obra –, e disponibiliza uma equipe técnica preparada para oferecer a melhor solução disponível. Confira a linha de produtos Matrix.

Normas técnicas

Há inúmeras normas técnicas que regulamentam o uso de impermeabilizantes rígidos e flexíveis. “Duas superimportantes são a NBR 9.574:2008 – Execução de Impermeabilização e a NBR 9.575:2010 – Impermeabilização – Seleção e Projeto, ambas da ABNT. Elas explicam como fazer um projeto de impermeabilização e como executá-lo”, cita Morgado. A primeira aborda o preparo do substrato e a aplicação de cada tipo de impermeabilização. Na segunda, há diversos termos e definições referentes à impermeabilização e produtos e sistemas utilizados, assim como tipos de impermeabilização. Ela apresenta, ainda, como deve ser o projeto de impermeabilização, dividido em três fases: estudo preliminar, projeto básico e projeto executivo.

Os produtos de impermeabilização rígida devem seguir os parâmetros da NBR 11.905:2015 –  Argamassa Polimérica Industrializada para Impermeabilização e da NBR 16.072:2012 –  Argamassa Impermeável, as duas da ABNT. Já para os impermeabilizantes flexíveis há muitas normas, todas da ABNT. Conheça algumas:

  • NBR 9.685:2005 – Emulsão Asfáltica para Impermeabilização
  • NBR 9.690:2007 – Impermeabilização – Mantas de Cloreto de Polivinila (PVC) NBR 9.952:2014 – Manta Asfáltica para Impermeabilização
  • NBR 11.797:1992 – Mantas de Etileno-propileno-dieno-monômero (EPDM) para Impermeabilização – Especificação
  • NBR 13.321:2008 – Membrana Acrílica para Impermeabilização
  • NBR 15.352:2006 – Mantas Termoplásticas de Polietileno com Alta Densidade (PEAD) e de Polietileno Linear (PEBDL) para Impermeabilização

 

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