Os traços devem seguir, primeiramente, os requisitos específicos constantes em projeto e em especificação técnica correspondentes ao escopo da execução. A definição e o “significado” de traço compreendem a proporção entre os materiais que o constituem: cimento, água, cal, agregados graúdos (por exemplo: brita) e também os agregados miúdos (por exemplo: areia). Além disso, quando esse concreto é dosado em central, podem ser utilizados aditivos (plastificantes, retardadores de pega etc.).

De acordo com Larissa Regina Gonçalves J. de Oliveira, professora e coordenadora do curso de engenharia civil da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), existem diversos tipos de traços de concreto, de argamassas (estrutural ou não) e de grautes. Contudo, sendo mais específico quanto ao concreto em si, ele deve sempre atender às recomendações do projeto estrutural correlacionado, que, por sua vez, deve ser delineado e também deve conter a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), caracterizando a “responsabilidade estrutural” do engenheiro. Como mencionado acima, os concretos podem ser dosados em central ou na própria obra, mas, em ambos os casos, é importante assegurar que as medidas dos materiais sejam realizadas de forma coerente, assegurando o volume de água adequado em relação às quantidades de cimento e outras proporções de materiais, mesmo em obra (in loco), utilizando baldes dosadores ou outros tipos de “recipientes” (como latas de 18 l), de modo que se tenha certeza do volume.

Outro ponto a ser destacado é que, eventualmente, o projetista pode incluir, além da resistência característica mínima à compressão do concreto (fck), também uma indicação de “carta de traços”, em que consta a indicação de alguns outros elementos e características a garantir, a exemplo do “fator água-cimento” (a/c). “O importante dos traços é também saber que eles variam conforme o uso e a aplicação, ou seja, se, por exemplo, o concreto for destinado para aplicação em pisos, não apenas o traço de concreto será diferente de um traço para lajes de um projeto específico, como também pode existir ainda a variabilidade dos tipos de cimento adequados a serem empregados”, ressalta.

Veja abaixo dicas para elaboração do traço de concreto ideal

Essa designação é empregada para indicar a quantidade de “ingredientes” da massa de concreto e é lida como “x partes de cimento para y partes de areia e z partes de brita”. A partir de então, é possível contabilizar as quantidades: em um traço de concreto genérico 1:2:3, se empregarmos um saco de 50 kg de cimento, o qual tem aproximadamente 40 litros, então, precisaríamos de 80 litros de areia e 120 litros de brita, ou seja, o dobro de areia e o triplo de brita da quantidade de cimento usada. É muito comum que os traços sejam apresentados da seguinte forma:

1:a:b:a/c, em que:

1: massa de cimento em relação à massa de cimento (mc/mc = 1);

a: massa de areia em relação à massa de cimento (ma/mc = a);

b: massa de brita em relação à massa de cimento (mb/mc = b);

a/c: (fator água-cimento) massa de água em relação à massa de cimento (mágua/mc = a/c)

Ainda de acordo com a docente, os traços podem ser expressos em proporção de massa (em kg, por exemplo) ou de volume (em m³ ou l), porém sempre indicam a proporção dos demais materiais em relação ao cimento. “Não existe uma norma específica para elaboração de traço de concreto, mas não podemos deixar de citar aqui também a NBR 15575, mais conhecida como Norma de Desempenho, que estabelece requisitos e critérios mínimos de desempenho, inclusive, os estruturais”, destaca.

Confira também algumas dicas de aplicação de argamassa:

https://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/votomassa-dicas-aplicacao/

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