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Publicado por Votorantim Cimentos em 31/07/2025Coprocessamento do caroço de açaí na produção de cimento
A fábrica da Votorantim Cimentos em Primavera (PA) é pioneira no uso da biomassa do açaí para gerar energia limpa. Créditos: Shutterstock

Coprocessamento do caroço de açaí na produção de cimento

Tecnologia transforma os resíduos do fruto em combustível alternativo para a indústria, fortalecendo a economia circular.

Na Amazônia, resíduos que antes eram descartados sem aproveitamento agora se transformam em combustível alternativo.

Um exemplo vem da fábrica da Votorantim Cimentos em Primavera, no Pará, pioneira no uso do caroço de açaí como fonte de energia. Além de reduzir as emissões de CO₂ na produção de cimento, a iniciativa impulsiona a economia local, o desenvolvimento social e a sustentabilidade.

Neste conteúdo, descubra como o uso inovador de resíduos amazônicos está inspirando práticas e processos mais sustentáveis na construção civil e na indústria cimenteira.

O que é coprocessamento e como funciona?

O coprocessamento é uma tecnologia sustentável que permite substituir, total ou parcialmente, os combustíveis fósseis usados em fornos industriais por resíduos sólidos que, de outra forma, seriam descartados. 

Esses resíduos, muitas vezes considerados lixo, são reaproveitados como combustível alternativo no processo produtivo, especialmente em indústrias de alto consumo energético, como a cimenteira.

Na prática, o coprocessamento une duas soluções em uma só: gera energia térmica necessária para fabricar produtos industriais e, ao mesmo tempo, destina corretamente materiais que deixariam impactos negativos no meio ambiente.

A tecnologia possui critérios técnicos rigorosos e segue normas ambientais para garantir que a queima dos resíduos não emita partículas tóxicas. Além disso, o processo ocorre em altas temperaturas, o que assegura a completa destruição dos resíduos, sem cinzas ou sobras.

Na unidade de Primavera (PA), a Votorantim Cimentos é pioneira nesse modelo. A fábrica utiliza caroço de açaí, cavaco de madeira, briquete de serragem, pó de serra e moinhas de carvão combustível para alimentar os fornos e moinhos de cru na produção do cimento. 

Com o coprocessamento, a fábrica reduz significativamente sua pegada de carbono ao substituir o uso do carvão mineral, um combustível fóssil de alta emissão de dióxido de carbono (CO₂). Além disso, promove a economia circular, oferecendo um novo destino para materiais antes considerados descartáveis.

Como o caroço de açaí virou solução na produção de cimento?

O açaí, fruto símbolo da Amazônia, tem cerca de 80% de seu peso composto pelo caroço. Uma parte que, antes, era descartada sem qualquer aproveitamento. 

Com a introdução do coprocessamento, esse material passou a ser entendido como um recurso energético valioso, capaz de substituir combustíveis fósseis na indústria e contribuir para uma produção mais limpa.

O novo destino dos caroços transformou a lógica da cadeia produtiva local. Agora, os produtores de açaí comercializam os resíduos do fruto, garantindo uma fonte de renda adicional e incentivando práticas mais sustentáveis de manejo agrícola.

Além disso, o reaproveitamento do caroço ajuda a evitar o descarte inadequado em rios e aterros sanitários, promovendo uma destinação ambientalmente correta e alinhada aos princípios da economia circular.

Veja como o caroço de açaí se tornou uma solução para reduzir as emissões de CO₂:


Verdera: o negócio sustentável por trás dos resíduos

Desde os anos 1990, a Votorantim Cimentos é líder em coprocessamento no país, e a tecnologia é um dos pilares de sua estratégia global de descarbonização. 

Para dar escala e solidez a essa atuação, a companhia criou a Verdera: seu negócio de gestão e destinação sustentável de resíduos.

Presente em 22 estados, a Verdera oferece soluções personalizadas que contribuem para o desenvolvimento de parceiros de diversos setores e amplia o acesso à destinação sustentável de resíduos pelo país. Tudo feito com rastreabilidade e cumprimento às normas ambientais, conectando diferentes elos da cadeia.

O que acontece hoje na unidade de Primavera, com o uso do caroço de açaí como combustível alternativo, é resultado direto do tipo de integração potencializada pela Verdera: economia local desenvolvida, passivos ambientais eliminados e resíduos convertidos em novas oportunidades.

Conheça mais sobre a Verdera em https://www.verderasolutions.com.br/.

Gestão de resíduos para uma construção mais resiliente

A construção civil possui um papel essencial na agenda de descarbonização, e o coprocessamento é uma das tecnologias capazes de acelerar essa transição.

Ao substituir combustíveis fósseis por resíduos em fornos de cimento, o setor pode reduzir significativamente suas emissões de CO₂, avançar em direção a processos energéticos mais limpos e fortalecer práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva.

O exemplo do reaproveitamento do caroço de açaí em Primavera mostra que o coprocessamento é uma solução replicável, escalável e já em operação plena no Brasil. 

Com inovação e o apoio de negócios como a Verdera, a construção civil pode seguir liderando, junto a outros mercados que já adotam a tecnologia, uma transformação real em que resíduo tem jeito e valor.

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