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Publicado por Votorantim Cimentos em 25/06/2025Como realizar a gestão de resíduos na construção civil
Além dos benefícios operacionais e legais, a gestão dos próprios resíduos pode ser um diferencial competitivo para negócios.Créditos: Shutterstock

Como realizar a gestão de resíduos na construção civil

Gerir os resíduos do setor garante obras mais eficientes, econômicas e sustentáveis. Entenda como colocar em prática!

A construção civil ainda é um setor que gera um alto volume de descarte em suas operações. Por isso, adotar uma gestão de resíduos sustentável ao longo das etapas do processo construtivo é um grande passo para minimizar os impactos ambientais.

Quando feita de maneira adequada, essa gestão ajuda a evitar o descarte irregular de entulho, promove o reaproveitamento de materiais reutilizáveis, garante a destinação correta dos resíduos, e muito além.

Entenda o que são os resíduos da construção civil, a importância de realizar sua gestão corretamente e as etapas para implementá-la.

O que são resíduos da construção civil?

Resíduos da construção civil (RCC) são todos os materiais descartados durante uma construção, reforma, demolição ou escavação.

Os RCCs são classificados pela Resolução nº 307/2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que estabelece normas, critérios e padrões para a proteção do meio ambiente e o uso sustentável de recursos naturais.

Confira as classificações:

Classe A – Resíduos reutilizáveis ou recicláveis na própria construção
Materiais que podem ser reaproveitados como base para pavimentação ou utilizados em novas obras, reduzindo a necessidade de matéria-prima virgem.

  • Concreto.
  • Tijolos.
  • Telhas.
  • Argamassa.
  • Solos escavados.

Classe B – Resíduos recicláveis para outras destinações
Precisam de tratamento fora do canteiro e podem ser encaminhados para cooperativas ou recicladoras especializadas.

  • Plásticos.
  • Papel e papelão.
  • Vidros.
  • Metais.

Classe C – Resíduos sem tecnologia viável para reciclagem
Materiais que ainda não têm processos econômicos ou técnicos para reaproveitamento e precisam de destinação específica (em geral, aterros industriais).

  • Gesso (em algumas regiões).
  • Isopor (depende da disponibilidade local).

Classe D – Resíduos perigosos
Materiais contaminados ou que oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente. Devem ser tratados conforme normas ambientais rigorosas, por empresas licenciadas.

  • Tintas.
  • Solventes.
  • Lâmpadas fluorescentes.
  • Óleos.
  • Amianto (altamente tóxico).

Quais outras normas se aplicam à gestão de resíduos?

Além do CONAMA, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) também estabelece normas técnicas complementares que orientam o setor da construção civil quanto às boas práticas em relação aos resíduos.

As principais normas são:

  • ABNT NBR 15112:2004: define os requisitos para armazenamento, coleta e transporte de resíduos do setor.
  • ABNT NBR 15113:2004: estabelece critérios para a reciclagem de resíduos Classe A e define parâmetros de qualidade para o uso desses materiais em novas obras.
  • ABNT NBR 10004:2004: classifica resíduos sólidos com base em seu potencial de periculosidade e define o tratamento adequado de materiais tóxicos do setor.

Por que fazer a gestão de resíduos?

Realizar uma gestão de resíduos eficiente na construção civil traz inúmeros benefícios para o setor, como redução de custos com transporte e taxas de descarte, cumprimento de legislações e comprometimento com a sustentabilidade. 

Planejar essa gestão desde o início da obra também possibilita organizar melhor os materiais necessários e reduzir significativamente o volume de descarte. Dessa forma, resíduos da Classe A, como concreto e argamassa, podem ser reutilizados até mesmo no canteiro, evitando desperdícios.

Em diversas regiões do Brasil, a gestão de resíduos é mais do que uma boa prática, mas uma exigência legal. A aprovação de projetos e a emissão de alvarás, por exemplo, geralmente dependem da apresentação do Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC).

O PGRCC é um documento que detalha como os resíduos das etapas construtivas devem ser gerenciados até sua destinação final. O descumprimento dessas exigências pode acarretar multas, paralisação da obra e responsabilização legal. 

Além dos benefícios operacionais e legais, a gestão de resíduos pode ser um diferencial competitivo. Muitos compradores priorizam empresas e negócios que adotam práticas sustentáveis, e gerir o próprio descarte demonstra compromisso com o meio ambiente e a sociedade.

Etapas da gestão de resíduos na construção civil

Antes de iniciar o gerenciamento de resíduos no canteiro de obras, é importante conhecer a hierarquia da gestão de resíduos estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). 

Pela hierarquia, a prioridade deve ser: Não gerar resíduos (prevenção), seguida por Redução, Reutilização, Reciclagem, Tratamento e, em último caso, o Descarte final

Na construção civil, isso significa planejar para evitar desperdícios, reaproveitar materiais, separar o que é reciclável e garantir a destinação correta do que não pode ser aproveitado.

Além disso, a gestão de resíduos deve envolver todas as fases da obra. Entenda melhor: 

Planejamento antes da obra

Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), que define os tipos de resíduos, as formas de separação, o armazenamento, o transporte e a destinação de cada material.

Segregação e armazenamento no canteiro

Separação dos resíduos por classes (A, B, C e D) e armazenamento em locais adequados, sinalizados e protegidos, para evitar contaminações e facilitar a reciclagem.

Transporte e destinação final

Envio dos resíduos para recicladoras, cooperativas ou aterros, conforme a sua classificação. O transporte deve ser feito por empresas licenciadas, com documentação regularizada.

Reciclagem e reaproveitamento de materiais

Reutilização de materiais no próprio canteiro ou envio para reciclagem, reduzindo custos e o uso de matéria-prima virgem.

Documentação e rastreabilidade

Registro de todas as etapas com comprovantes de transporte, notas fiscais e certificados de destinação, garantindo conformidade legal e controle ambiental.

Como implementar boas práticas de gestão no canteiro?

Adotar boas práticas no canteiro de obras é fundamental para que a gestão de resíduos funcione no dia a dia. Afinal, pequenas ações organizadas fazem toda a diferença na separação, no reaproveitamento e na destinação correta dos materiais.

Confira algumas medidas eficazes:

  • Lixeiras separadas e sinalizadas: instalar recipientes identificados pelas classes de resíduos facilita a separação e evita contaminações.
  • Treinamento da equipe: orientar os colaboradores sobre como separar, manusear e descartar os resíduos corretamente é essencial.
  • Contratação de empresas licenciadas para coleta: certificar que a destinação de resíduos seja feita por transportadoras e recicladoras com licenças ambientais garante conformidade com a lei e rastreabilidade.
  • Reutilização de resíduos in loco: reaproveitar materiais no próprio canteiro, como o uso da brita reciclada como base para pavimentações, por exemplo, reduz custos e novos descartes.

A gestão de resíduos na construção civil é uma prática indispensável para garantir obras mais eficientes, econômicas e sustentáveis. Quando bem planejada e executada, ela reduz impactos ambientais, otimiza o uso de materiais, atende às exigências legais e fortalece a imagem da empresa perante o mercado e a sociedade. 

Com organização, compromisso e os parceiros certos, é possível implementar essa gestão sem grandes investimentos, promovendo um setor mais consciente e um futuro com mais responsabilidade.Se você gostou desse conteúdo, também pode se interessar por: Verdera, o negócio de destinação sustentável de resíduos da Votorantim Cimentos.

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