Algumas estruturas de imóveis podem sofrer danos dependendo da qualidade dos materiais utilizados na construção ou de condições adversas. Para evitar complicações, a reabilitação estrutural é o processo mais indicado para solucionar problemas e fortalecer edificações.

Em geral, as técnicas de reabilitação estrutural têm como objetivo a restauração das condições originais de uma determinada estrutura. Para isso, é necessária uma avaliação minuciosa da situação para diagnosticar problemas atuais e potenciais, além de identificar os procedimentos para reparos.

Entenda melhor como funciona a reabilitação estrutural, qual a sua importância e os métodos mais utilizados nesse processo.

O que é reabilitação estrutural?

A reabilitação estrutural é o conjunto de medidas adotadas para restaurar, melhorar ou prevenir problemas de segurança em uma estrutura de concreto. Esse processo favorece a durabilidade das construções e repara deteriorações.

As técnicas para reabilitação de um imóvel podem ser voltadas para limpeza, pintura, reforço de componentes e substituição de elementos estruturais. Uma avaliação criteriosa realizada por especialista é o que irá definir os métodos e protocolos ideais para cada caso, bem como o laudo técnico para guiar as próximas etapas.

Qual a sua importância?

A reabilitação estrutural é de grande importância para promover condições de segurança em uma construção. Ela também auxilia na estabilidade, na funcionalidade e na vida útil das estruturas.

Vale a pena destacar que imóveis com restaurações técnicas possuem maior chance de valorização, justamente devido à prevenção contra acidentes, e também podem evitar gastos com reparos de danos futuros.

Quais os principais casos de danos estruturais?

Diversos motivos podem levar à demanda por uma reabilitação estrutural. Alguns dos principais são:

• má formulação do projeto ou da execução;
• ausência de manutenção;
• forças climáticas e eventos da natureza;
• impactos e sobrecarga nas estruturas;
• corrosão e outras reações químicas nos componentes estruturais.

A partir do diagnóstico da estrutura, e após inspeção técnica, é possível elaborar um plano de reabilitação, considerando as normativas, as regulamentações e as características da construção original.

Esse planejamento também deve levar em conta o orçamento estimado e as técnicas utilizadas na execução, no controle de qualidade e na manutenção preventiva.

Quais técnicas e métodos são utilizados na reabilitação estrutural?

Os métodos e técnicas de uma reabilitação estrutural são definidos no planejamento, com base no diagnóstico realizado para a estrutura. Geralmente envolvem a aplicação de materiais para reforço ou restauro da construção.

Entre as principais intervenções da reabilitação estrutural estão:

• Carbonatação do concreto: processo químico natural no qual o dióxido de carbono (CO₂) do ar reage com a cal hidratada presente no concreto, reduzindo o pH do material. Esse fenômeno pode afetar a durabilidade da estrutura, pois permite a corrosão de armaduras de aço embutidas. O tratamento contra carbonatação envolve a aplicação de produtos específicos que restauram a proteção do concreto.
• Aplicação de chapas de aço ou concreto projetado: chapas de aço ou camadas de concreto são aplicadas para reforçar as áreas danificadas ou melhorar a resistência da estrutura. O concreto projetado é aplicado com alta pressão sobre superfícies preparadas, formando uma camada de proteção.
• Redistribuição de carga com treliças de aço e vigas de concreto: utilização de componentes adicionais para distribuir melhor as cargas na estrutura, melhorando a resistência e estabilidade. Treliças de aço e vigas de concreto ajudam a reduzir o peso suportado por elementos já comprometidos.
• Reforço com materiais compósitos, como fibras de polímero reforçado (FRP): reforços de alta resistência e leveza que podem ser aplicados em áreas específicas. Esses materiais são produzidos com fibras (de carbono, vidro ou aramida) embebidas em uma matriz de polímero, oferecendo resistência adicional à tração.
• Jateamento abrasivo para remoção de materiais corroídos: limpeza de superfícies que utiliza jatos de partículas abrasivas para remover corrosão e deterioração. Esse método é essencial para preparar a superfície para reparos subsequentes, garantindo a adesão de novos materiais.
• Injeção de grout ou de resinas epóxi em falhas do concreto: grout é uma mistura de cimento, areia e água, enquanto as resinas epóxi são compostos químicos de alta resistência. Esses materiais são injetados em fissuras e cavidades no concreto para restaurar a integridade da estrutura.
• Aplicação de produtos impermeabilizantes: produtos químicos são aplicados para impermeabilizar a estrutura, protegendo-a contra a ação da umidade e prevenindo a degradação. Isso é importante para aumentar a vida útil de componentes expostos a ambientes úmidos.

Em estruturas com altos níveis de danificação, é necessária ainda a substituição dos componentes. Nesse caso, é realizado um estudo para a troca de material por elementos mais resistentes e adaptados para o ambiente.

É importante salientar que todos os métodos e materiais utilizados na reabilitação estrutural devem atender às normas e regulamentações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como:

• ABNT NBR 9607/23: estabelece requisitos para a execução de reparos em estruturas de concreto, incluindo critérios de qualidade e durabilidade dos materiais utilizados.
• ABNT NBR 6118/23: trata do projeto de estruturas de concreto, especificando os requisitos mínimos para a resistência e segurança de estruturas em concreto armado.
• ABNT NBR 8800/08: norma para o projeto e execução de estruturas de aço e mistas de aço e concreto em edificações, visando garantir a segurança e durabilidade das estruturas.

A reabilitação estrutural é um processo essencial para a segurança e a durabilidade de um imóvel. Com métodos adequados para cada caso e diagnósticos realizados por técnicos especialistas, é possível prevenir e solucionar problemas sem maiores complicações e economizando no longo prazo.

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