Entenda os fatores Seta Icone 1

Um dos maiores problemas das obras de infraestrutura e imobiliárias está na preservação da vida útil de suas estruturas. Alcançar a durabilidade das estruturas de concreto é um desafio que exige cuidados que envolvem desde a realização do projeto até a manutenção daquela estrutura após a obra. “Quando se fala de infraestrutura, como uma rodovia e uma barragem, é necessário que a exigência de manutenção seja baixa porque é complicado parar o funcionamento dessas estruturas”, explica Maurício Bianchini, gerente técnico de mercado de Desenvolvimento Técnico de Mercado da Votorantim Cimentos. Fazer a especificação correta do concreto é fundamental para diminuir os riscos de deterioração da estrutura. O primeiro passo nesse processo é saber a que tipo de deterioração sua estrutura está exposta.

“Toda solicitação de concreto precisa ser acompanhada de um projeto que deve evidenciar a condição de exposição daquela estrutura. Porque por meio disso que é possível especificar um tipo de traço que deve mitigar os efeitos das ações deletérias daquele ambiente”, explica João Marcos Lyrio Ramos, coordenador técnico de Desenvolvimento Técnico de Mercado da Votorantim Cimentos.

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Normas nacionais e internacionais

De acordo com Cesar Daher, diretor regional Paraná do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon), é preciso fazer uma separação das normas, compreendendo que as normas brasileiras determinam os processos executivos e não fornecem os parâmetros de especificação de projeto. A ABNT NBR 6118 - Estruturas de Concreto Armado - Procedimento e a ABNT NBR 12.655 - Concreto de cimento Portland - Preparo, controle, recebimento e aceitação - Procedimento, por exemplo, é responsável por fornecer parâmetros para os materiais que serão aplicados em obras, para que atendam os critérios de vida útil.

No que tange a questão da vida útil da estrutura, existe a ABNT NBR 15.575 - Edificações Habitacionais - Desempenho, que especifica o que é vida útil e durabilidade em seu conjunto de normas.

Livro liberdade

“Nos Estados Unidos temos
a Norma do American Concrete Institute, a ACI 201, que especifica diversos parâmetros em questão de durabilidade para os ambientes onde você vai construir a sua estrutura. Critérios, por exemplo, para estruturas sujeitas a ataques ácido; em ambientes agressivos como cloreto e sulfato”
, ressalta Daher.

Existe também a ACI 318, que prevê especificações em projeto. Ela aborda questões referentes à confecção do concreto, como a máxima relação água/cimento que se pode utilizar dependendo do ambiente onde se vai construir e questões relativas ao cobrimento (quanto de espessura de concreto é preciso ter em volta das armaduras) para atender a vida útil de projeto.

Uma das normas mais importantes em termos de vida útil é europeia, a ISO 15.686. Ela serve de base para todas as normas do mundo nesta questão e é dividida em 11 seções. A ISO 15.686 dá parâmetros de como especificar vida útil, como avaliá-la, como prever manutenção até o descomissionamento de uma obra.
Há também uma norma canadense similar, a CSAS 487, de acordo com o diretor da Ibracon. “Essas normas em geral, assim como a nossa Norma de Desempenho, são as normas que tratam de vida útil”, complementa. Para finalizar, Daher destaca a norma australiana AS 3600. “Ela especifica parâmetros interessantes como a cura do concreto e a resistência média que você tem que ter do início ao final da cura”, finaliza.

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