
Atacarejo: novo nicho para vender materiais de construção
Dados do Relatório de Inteligência do Sebrae revelam boa oportunidade e o caminho a ser seguido para atuar no atacarejo
O Sebrae divulgou um Relatório de Inteligência da Construção Civil vislumbrando uma nova oportunidade de negócio no ramo de materiais de construção: o atacarejo.
O documento revela que o atacarejo vem apresentando um crescimento significativo ano a ano, tanto com relação à abertura de estabelecimentos como em faturamento. “Esse modelo de atacado é tendência e oportunidade para a comercialização de materiais de construção civil, já que em outros segmentos é um modelo amplamente adotado”.
Confira alguns dados do mercado de atacado e varejo de materiais de construção apontados pelo Relatório de Inteligência e veja se o atacarejo não pode ser um bom caminho a seguir.
Autosserviço de materiais de construção
Na modalidade autosserviço, que está dentro do segmento de atacado generalista, os consumidores escolhem seus produtos, realizam o pagamento e fazem o transporte com seus próprios veículos. Um dos benefícios para os consumidores é o preço reduzido em comparação ao varejo convencional, devido à compra dos produtos em maior quantidade.
Essa combinação de “atacado com loja” normalmente adota e combina os conceitos de self-service (autosserviço) e cash & carry (pague & leve), de forma que o cliente – não exatamente o consumidor final, mas, sobretudo os pequenos varejistas e até microempreendedores – desfrute de lojas com autoatendimento, pague as mercadorias à vista e se encarregue de retirá-las por si só, independentemente da quantidade comprada.
Os compradores podem ser tanto de pequenas lojas de materiais de construção como pequenas construtoras, e até mesmo um consumidor pessoa física que esteja construindo ou reformando.
Perfil do público-alvo do atacarejo:
- Pequeno varejo independente;
- Varejo geral;
- Consumidor pessoa física.
Características de comportamento de clientes de atacarejo:
- Compras de abastecimento de famílias e/ou grupos;
- Redução da frequência de visita ao ponto de venda;
- Presta mais atenção nos preços e vantagens;
- Prefere economia a conveniência;
- Está disposto a trocar de marca.
Fatores de sucesso na comercialização de materiais de construção:
Posicionamento de mercado
Conheça seus clientes, realize pesquisas de mercado, utilize estratégias e segmentação de vendas, de acordo com o tipo de cliente;
Gestão de produtos
organize os produtos por categorias, esteja sempre atento às tendências de materiais e marcas;
Controles financeiros
mantenha atualizado o registro do fluxo financeiro do estabelecimento;
Comodidade
proporcione ambiente e experiência agradáveis ao cliente, como estacionamento, facilidades no pagamento, entre outros aspectos;
Parcerias
cultive o bom relacionamento com os fornecedores, clientes e colaboradores do seu estabelecimento;
Marketing de relacionamento
trace estratégias de ação de acordo com as necessidades e expectativas dos clientes e com o objetivo do seu negócio;
Gestão de processos
melhore continuamente os processos de compra e venda do seu estabelecimento. Fique atento aos canais de venda, comportamento do cliente no PDV (ponto de venda) e usabilidade do e-commerce;
Gestão de estoque
utilize sistemas automatizados para controle de estoque e registro de fornecedores, otimizando o tempo de administração do seu inventário;
Layout da loja
em geral, os atacarejos possuem layout diferente dos estabelecimentos de varejo. Organize os produtos de forma estratégica, por maior ou menor fluxo de vendas;
Atendimento
ofereça um atendimento diferenciado, de forma exclusiva, bem como capacitações sobre atendimento ao cliente e sobre os produtos oferecidos.
Atendimento e serviços
Para se destacarem no segmento, os atacarejos devem estar atentos às expectativas dos clientes empresariais (B2B – Business to Business) e dos consumidores finais (B2C – Business to Consumer), oferecendo atendimento e serviços que vão ao encontro dessas expectativas.
Os atacarejos, por premissa, não possuem a figura de vendedor atuando no interior da loja. O quadro de funcionários é composto basicamente por operadores de caixa, repositores e pessoal de limpeza. Porém, as expectativas dos consumidores estão mudando e apontando para um atendimento mais personalizado, onde seja possível sanar dúvidas relacionadas a produto, entregas, negociação de pagamento etc.
É interessante ter um diferencial competitivo, ofertando serviços complementares que pode influenciar na decisão de compra e fidelização dos clientes. O Sebrae chama essa prática de venda com valor agregado, beneficiando não somente a loja, mas também os profissionais liberais que atuam nesses serviços.
Serviços complementares que podem ser oferecidos:
- Projetos e decoração para os clientes;
- Catálogo com profissionais de diversas especialidades: serviços hidráulicos, elétricos, decorativos, carpintaria etc.;
- Agendamento de local e data de entregas;
- Acompanhamento de pedidos feitos via e-commerce;
- Produtos sob encomenda.
O que influencia na venda de materiais de construção?
- Venda de imóveis na planta – o aumento no número de novos empreendimentos demanda materiais de construção modernos e eficientes;
- Venda de imóveis usados – imóveis usados podem precisar de reformas, seja com reparos elétricos, hidráulicos, ou até mesmo de decoração;
- Maior poder aquisitivo – as novas linhas de crédito pessoais e específicas para o setor da construção impulsionam significativamente a compra de materiais para reformas domiciliares;
- Incerteza econômica – a instabilidade econômica afeta a decisão das famílias de fazer investimentos de longo prazo, como a compra de imóveis;
- Taxa de juros – o nível da taxa de juros é um fator fundamental.
Ações recomendadas pelo Sebrae:
- Para receber informações sobre iniciativas do Sebrae no segmento de construção civil, ligue para 0800 570 0800 e agende atendimento na unidade mais próxima.
- Para traçar novas estratégias de negócio, esteja sempre atualizado em relação às tendências do mercado da construção civil. Acompanhe as publicações da Firjan, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Para driblar a crise, muitos lojistas têm optado por oferecer promoções.