Como moldar e curar corpos-de-prova no canteiro de obras

Cidade Matarazzo

Especialistas explicam a forma correta para cumprir os requisitos da ABNT NBR 5738

Garantir a resistência dos concretos estruturais é imprescindível em qualquer tipo de obra. Para que o processo de moldagem e cura dos corpos-de-prova seja realizado de forma correta é preciso seguir os requisitos publicados na ABNT NBR 5738:2015 – Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Esses requisitos ressaltam cada tipo de cuidado que deve ser tomado desde a chegada do caminhão-betoneira à obra até como deve ser realizado o processo de cura e rompimento deste corpo-de-prova no laboratório.

“O principal motivo para moldagem do corpo-de-prova é verificar se o concreto aplicado atendeu a resistência mínima que o projetista especificou”,

explica Augusto Stella, engenheiro da construtora e incorporadora Exto.

“O projetista faz essa especificação de acordo com as necessidades do projeto estrutural e arquitetônico”,

complementa.

Essas características do concreto são entregues à concreteira e, com base nessas especificações, é formulado o traço. Ao chegar no canteiro de obras, é preciso realizar testes que comprovam se o concreto atende essas solicitações.

Corpos-de-prova:
a moldagem

Quando o caminhão-betoneira chega à obra, antes de aplicar o concreto, é preciso retirar amostras para realizar o teste de slump. Esse teste é feito no próprio canteiro de obras e comprova se a trabalhabilidade do concreto que chegou à obra é a mesma que foi solicitada. Sua unidade de medida é em centímetros e, na maioria das vezes, compreende pequenas variações, de 3 cm para mais ou para menos, por exemplo.

Se o resultado deste teste apresentar um valor diferente do que foi solicitado, não se deve aceitar o concreto daquele caminhão-betoneira na obra, sendo necessário mandá-lo de volta para a usina e esperar a chegada de outro caminhão. Porém, caso o concreto esteja dentro da especificação solicitada, o próximo passo é moldar os corpos-de-prova.

“De todo caminhão que chega na obra, devem ser retirados 4 corpos-de-prova para serem rompidos no tempo de cura necessário. Seja para um concreto aplicado na fundação, pilares, vigas ou lajes”,

explica Stella.

Esses corpos-de-prova devem ser moldados em um local coberto e com piso nivelado. “Algumas vezes é preciso fazer uma regularização para que os corpos-de-prova fiquem em uma base sólida”, orienta o engenheiro da Exto. “Se a obra tem algum local que é desnivelado, esse corpo-de-prova será moldado de forma incorreta e na hora de romper, o resultado será falseado”, complementa Marcos Leite, laboratorista da Votorantim Cimentos.

Corpos-de-prova:
a cura


“O corpo-de-prova pode ficar armazenado tanto em uma câmara úmida quanto em um tanque de cura, desde que sua temperatura seja controlada”, afirma Marcos Leite.


De acordo com a NBR 5738, a temperatura do ambiente onde eles devem ficar precisa estar entre 25º, com variação permitida de 2º para mais ou para menos. Já o ambiente precisa apresentar 90% de umidade, no mínimo.

“É importante estabelecer esse mínimo de umidade para que o corpo-de-prova não perca sua água na mistura para o tempo”,


explica o representante da Votorantim Cimentos.

Os testes com os corpos-de-prova devem ser realizados em duas idades: com 7 dias de moldagem e após 28 dias de cura. “Normalmente, o concreto atinge 70% da sua resistência aos 7 dias. Logo, é preciso se atentar ao primeiro resultado”, explica Stella.


A solicitação de testes em outros tipos de idades pode ser feita, mas não é comumente realizada pelo mercado.

Confira como deve ser feita a moldagem destes corpos-de-prova na prática

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