Concretagem de grande volume na

Obra do Pontal

Com volume de 300 m³ em um dia, a concretagem do bloco de fundação da obra do Pontal precisou atender a diferentes especificidades para superar desafios logísticos

Em Porto Alegre, às margens do Rio Guaíba, o projeto do empreendimento conhecido como Pontal prevê a obra de 115 mil m² de área construída e a revitalização de uma região que até muito recentemente era ocupada pelas instalações do antigo Estaleiro Só, uma empresa da indústria naval desativada nos anos 90. Localizado na zona sul da capital gaúcha, o Pontal reunirá um shopping center, um hotel de padrão internacional, um centro de eventos, uma torre multiuso, um hub de saúde e um parque aberto ao público, que deverão ser inaugurados em 2022.


A obra é resultado de um consórcio entre a incorporadora Melnick Even e a Engenhosul, empresas que uniram esforços para enfrentar uma série de desafios impostos pelas dimensões, pelo prazo, pelas condições climáticas e do solo onde os prédios estão sendo erguidos. Uma das preocupações iniciais, por exemplo, foi com o fato do terreno abrigar um imenso sítio arqueológico, que chegou a ser explorado por até 18 arqueólogos durante as primeiras etapas de projeto. Para fazer a escavação da área, além disso, foi necessário realizar a remoção de 20 mil m³ de rocha, uma tarefa que contou com o aparato de explosivos e que durou, no mínimo, seis meses para ser concluída.

Ao longo deste tempo, os responsáveis pela empreitada tiveram o apoio da Votorantim e da Engemix, que não só fornecem o concreto como também atuamnas partes de auxílio técnico, tecnológico, operacional e logístico a qualquer momento no canteiro da obra.

Segundo Marco Aurélio Périco, diretor de planejamento da Engenhosul, a parceria começou há cerca de um ano, quando surgiu a necessidade de buscar um fornecedor que suprisse as demandas dos tipos de concreto e que oferecesse um esquema ágil e eficiente para a entrega deste material.

Formulação do concreto

Com um volume total que ultrapassa 30 mil m³ de concreto para a execução de fundações e lajes, a concretagem do Pontal precisa atender à diferentes especificidades. Para isso, a equipe de tecnologia da Engemix trabalhou para formular uma mistura que garantisse um concreto mais resistente.


“A Engemix tem sido muito solícita no desenvolvimento desses traços”, conta Helmar Wildner, diretor de operações da Engenhosul.


De acordo com o engenheiro, o primeiro passo foi o preenchimento de aproximadamente 2.200 estacas do tipo raiz de 12 metros de comprimento, realizado com um concreto especial mais argamassado e com características autocicatrizantes. Para Jonathan Mello Kebhard, coordenador de tecnologia do concreto da Votorantim Cimentos, no entanto, a maior dificuldade foi desenvolver o traço dos blocos de fundação, que ficam submersos e que, devido ao contato com a água, exigiu maior atenção.

A obra do Pontal está sendo construída a uma profundidade de 3,5 metros abaixo do nível de água do Rio Guaíba

Para proteger a estrutura da pressão hidrostática aplicada pela água na região, a laje mais inferior do empreendimento é do tipo subpressão. Para esses blocos de fundação, que compõem de 6 a 7 mil m³ de massa, foram utilizados concretos de 35 FcK que atingiram até 50 MPa, a depender do projeto estrutural.


Devido ao grande volume, outra preocupação dos engenheiros da Votorantim Cimentos foi com a temperatura do concreto dos blocos de fundação.


Para impedir que houvesse uma movimentação de massa dentro dos blocos por conta de uma reação interna do concreto que libera calor, os profissionais decidiram trocar a água da mistura, parcialmente, por gelo, que deveria assegurar a chegada dos caminhões de concreto a uma temperatura de 18 graus. “Se a gente passar dessa temperatura, quando o concreto liberar calor no processo de hidratação de cimento pode se formar uma etringita tardia – que é uma fissuração por expansão – e dar um problema de manifestação patológica no concreto”.

Desafio Logístico


Como a obra do Pontal demanda quantidades gigantescas de concreto, a questão da logística também precisou ser muito bem calculada pela equipe de operação. Para evitar problemas com o fluxo da média de 50 caminhões por dia nos períodos de grandes concretagens, esta etapa da construção foi transferida para os finais de semana. “Estamos optando por fazer concretagens aos sábados pela facilidade do trânsito”, diz Helmar.


Este processo, porém, tem início uma semana antes de cada concretagem, quando os times de tecnologia e de transporte se reúnem na usina da Engemix para alinhar aspectos como o traço do concreto, os itens da mistura e até a importância da massa para as necessidades da obra.


“Não adianta só a gente carregar e jogar aqui [o concreto], o motorista tem que estar

Engajado

com o trabalho que está fazendo”


aponta Juan Vinicius Canepa, gerente de operações Engemix.

Para Guilherme Anselmo Flores, consultor de vendas técnicas da Votorantim Cimentos, este comprometimento é um dos responsáveis pelo sucesso da parceria. “A gente consegue dialogar com o cliente trazendo toda a nossa equipe de operações para tirar tudo o que é dúvida operacional, a equipe de tecnologia para falar sobre os traços e as dificuldades que vão surgir, a equipe de faturamento para cuidar também dessa parte que é muito complexa numa obra e a gestão dos recursos de tudo o que vai trazer na obra que fecha o pacote inteiro”, completa.

Quer acompanhar um dia de concretagem na obra do Pontal?

Assista Agora!

Gostou? Compartilhe.