Espaços amplos eram a mais importante premissa para o projeto arquitetônico do edifício comercial Padre Antonio, no bairro paulistano do Brooklin. O uso de vigas protendidas permitiu grandes vãos.

O desafio do arquiteto Carlos Bratke era encontrar um layout que atendesse às regras de zoneamento, ocupando um terreno de 953 m² com, no máximo, 2,5 mil m² de área construída. Assim, definiu-se uma planta quadrada, de lados 20,5 m, para dois níveis de subsolo, pavimento térreo, um mezanino e cinco andares.

Para o melhor aproveitamento das lajes de dois mil metros quadrados cada, foi solicitado ao calculista que deixasse ao menos 1.800 m2 livres – restando apenas 200 m2 em cada uma delas para elevadores, escadarias e elementos estruturais.

Partido estrutural

Para cumprir a proposta, vigas transversais foram protendidas, com 55 cm de altura, e vencem vãos de até 14 m. Já o vão longitudinal tem 20,5 m, o que exigiu vigas protendidas duplas, de 65 cm de altura. As lajes de concreto armado, simples, têm 14 cm de espessura. O fato de vigas, e não a laje, serem protendidas torna espaços ainda mais flexíveis, uma vez que os pisos poderão ser perfurados para reorganizar a divisão de interiores.

Bratke destaca que, em todos os pavimentos, vigas protendidas aparentes formam um “X”. Elas se apoiam em pilares periféricos que alcançam toda a altura do edifício. Apenas no térreo essas colunas convergem, unindo-se na base para formar um “V”, em reverência ao design estrutural brasileiro dos anos de 1950.

Fechamento

Pés direitos têm 3,4 m, com fechamento em folhas de vidro laminado, transparentes ou opacos. A escolha foi determinada pela praticidade de montagem. Um dos benefícios obtidos foi o melhor aproveitamento da iluminação natural durante grande parte do dia.

A argamassa projetada é considerada uma alternativa moderna e eficaz quando comparada a aplicação chapada à mão

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