O período de pandemia trouxe muitos desafios para os gestores, que tiveram que se desdobrar para manter seu estabelecimento atrativo para o público. Ter o controle financeiro em uma loja de materiais de construção é uma premissa básica para garantir a rentabilidade em um mercado tão concorrido. Para que as lojas de materiais de construção consigam se manter ativas e crescentes em meio a essa situação atípica foram necessárias algumas reestruturações e adaptações, tanto para o público que frequenta quanto para os funcionários. Por isso, organizar a “saúde financeira” tanto pessoal quanto da loja é um fator primordial para que as lojas tenham suas contas equilibradas em tempos tão desafiadores.

Cláudio Araújo de Lima, diretor do Sincomavi-SP, acredita que para manter a saúde financeira de uma empresa é importante cuidar de todas as vertentes da companhia, para assim, garantir o equilíbrio da parte financeira. Uma dessas partes é o resultado da operação de venda e a outra parte que influencia é aquela que envolve os ativos de uma empresa. “Primeiro, olhando as operações de vendas, o resultado delas hoje no nosso mercado é extremamente imprevisível e volátil. Temos que considerar as operações presenciais que podem ser à vista, em dinheiro, cartão de crédito ou débito, que possuem tarifas e também parcelamentos que também tem custo de comissão e juros bem impactantes. Além das operações virtuais”, ressalta.

Além disso, existe uma prática muito comum entre os lojistas de materiais de construção que é cobrir a concorrência e, com isso, ainda fornecer uma porcentagem de desconto sobre esse valor, a fim de “ganhar o cliente” pelo preço mais baixo. “Se você olhar como administrador da parte comercial da empresa, como você vai conseguir identificar o resultado da sua operação com tantas variáveis em um mês?”, questiona.

Ainda de acordo com ele, para uma empresa comercial do segmento do varejo de construção, fazer as contas e chegar a uma determinada margem de lucro, exige um certo preparo e conhecimento financeiro. Para isso muitos lojistas costumam compensar a perda em um determinado produto por outro com uma margem de lucro maior.  “O lojista acredita que ali ele tem o número dele, isso pode ser um planejamento para atingir os números que a empresa precisa, aí eu concordo que a visão tem que partir dessa linha de raciocínio”, complementa.

Margem de lucro x custos mensais: entenda as variantes

A maioria das empresas de pequeno porte têm muita dificuldade de calcular seus custos todo mês, até por causa do controle de estoque. Muitas vezes, o lojista de materiais de construção faz a operação correta fiscal, mas não faz os ajustes corretos de estoque que ele precisa. “Geralmente, ele sabe que comprou tanto e vendeu tanto, mas não calcula muito o estoque que ele tem”, aponta Araújo. Com a inflação, ele também tem mais dificuldade de analisar isso. Isso tudo numa empresa pequena, que ele tem que saber o custo fixo, quanto vendeu, a margem média em cima de produto e quanto sobrou. “Aí ele teve esse veículo que deu uma despesa a mais. Nessa conta. ele precisa ter o desvio padrão da empresa daquele mês”, complementa.

No final das contas do mês, quando todos os gastos são colocados em balanço, o lado do ativo da empresa absorve novas aquisições como caminhão, computadores etc. Já o passivo é um parcelamento de 10x que o lojista pode ter utilizado para comprar equipamentos de informática e um financiamento, por exemplo. “A partir do momento que você vê em um balanço que o ativo não tem crescimento, mas o passivo tá crescendo, essa empresa está comprometendo o seu lado financeiro”, ressalta. Por isso, ter um acompanhamento detalhado e organizado de processos faz toda a diferença para manter a saúde financeira da loja em dia.

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