Publicado em 18/01/2016O que é qualidade ambiental

O que é qualidade ambiental

Projeto Avaliação do Ciclo de Vida, do IPT, vai testar desempenho ambiental de materiais de construção, como concreto e argamassas

Até agosto de 2016, os impactos ambientais da fabricação dos principais materiais e componentes da construção civil estarão sob observação atenta de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT-SP). Tudo com o intuito de conseguir uma maior qualidade ambiental para obras da área de construção civil.

Projetos que buscam metas de sustentabilidade

Um projeto de qualidade ambiental, intitulado Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), mede o potencial de aquecimento global e o consumo de água, energia e outros recursos naturais, além da geração de resíduos nas fábricas de blocos estruturais cerâmicos e de concreto, concreto usinado para paredes moldadas em loco, argamassa industrializada, madeira serrada para fôrmas e estruturas de telhado, telhas de fibrocimento ou cerâmicas, placas de gesso acartonado e de fibrocimento, perfis metálicos dobrados a frio com revestimento de zinco e tintas acrílicas.

Os métodos de análise desses materiais já vêm sendo desenvolvidos desde setembro de 2014. “Estamos ainda na primeira fase do projeto de qualidade ambiental, com coleta de dados. Visitamos os fabricantes de materiais de construção para obter indicadores ambientais objetivos. A ideia é que, no futuro, esses indicadores ajudem o consumidor e construtores a escolher produtos mais adequados para obras”, explica a pesquisadora Fernanda Belizario Silva, do Centro Tecnológico do Ambiente Construído do IPT-SP.

O que é qualidade ambiental na prática

Não se trata de uma nova certificação de produtos. Segundo Fernanda, o que está em discussão é a elaboração de um Programa Brasileiro de ACV, no âmbito do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), para a emissão de Declarações Ambientais de Produto (DAPs). Em 2015, o Inmetro publicou uma portaria que regulamenta o ACV no Brasil, cujo texto deverá ser publicado ainda no início de 2016. “Depois disso, serão necessárias outras regulamentações para implantar efetivamente o programa no país. Em princípio, a adoção do programa pelas empresas deverá ser voluntária. Na Europa, por exemplo, a adoção do DAP já é obrigatória em alguns países – uma exigência para fabricantes que queiram exportar seus produtos”, conta a pesquisadora.

A DAP também contará pontos adicionais para obter o selo Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), segundo a última versão divulgada do certificado para edifícios. A expectativa é que num futuro próximo compras públicas também sejam reguladas para atender à Avaliação do Ciclo de Vida dos materiais. “Muitas empresas não monitoram de forma sistemática os seus indicadores ambientais. Por isso, num primeiro momento, ter essa Declaração Ambiental de Produto poderá ser um diferencial de mercado”, conclui.

Além da busca por uma maior qualidade ambiental, é importante que uma empresa tenha metas de sustentabilidade definidas.

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