Publicado por Votorantim Cimentos em 19/04/2022Moradia independente: inclusão e acessibilidade
A moradia independente do JNG é para todas as pessoas com deficiência que precisam de algum tipo de apoio no seu dia a dia.Créditos: istock

Moradia independente: inclusão e acessibilidade

Projeto-piloto da JNG começou com foco na deficiência intelectual e autistas

Na moradia independente, de forma estruturada, com metodologia e avaliação contínua a partir de métricas e indicadores, os jovens são ensinados, estimulados e apoiados a exercer sua cidadania, conquistando autonomia e independência aos poucos, e assim, vivenciando uma vida adulta plena.  O projeto do Instituto JNG é o primeiro no Brasil, baseado no modelo do Reino Unido, como um programa de apoio individualizado, com foco na inclusão e acessibilidade, que ajuda os moradores a desempenhar atividades rotineiras, típicas de uma “casa que funciona” e, ainda por cima, com vizinhos queridos. 

Flavia Poppe, que é Mestre em Planejamento Social e cofundadora do Instituto JNG, conta que o projeto-piloto começou com foco na deficiência intelectual e autistas, mas a moradia independente do JNG é para todas as pessoas com deficiência que precisam de algum tipo de apoio no seu dia a dia. “Mas a inclusão e acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, deficiência motora e/ou que usam cadeira de rodas é uma luta diária, de todos nós, do JNG, de toda a sociedade. Infelizmente, por ora, a acessibilidade na maioria dos prédios é limitada às áreas comuns”, lamenta. 

No Rio de Janeiro, o Instituto JNG Projetos de Inclusão Social firmou parceria com uma incorporadora que prevê apartamentos acessíveis em sua planta e o primeiro empreendimento será lançado já no fim do ano de 2022, no Rio de Janeiro. “E assim, cada vez mais, esperamos que, juntos, consigamos viabilizar soluções que atendam a todos”, salienta.   

O que é e por que moradia independente? 

O diferencial da moradia independente do JNG é o apoio centrado na pessoa. “No instituto é feita uma Avaliação de Perfil e Autonomia e elaboramos um Plano Personalizado de Apoio (PPA), que mapeia os apoios necessários para que o adulto com deficiência viva com autonomia e o mais independente possível, de acordo com suas características, habilidades e necessidades. Não é uma casa onde existe um staff de profissionais – médico, nutricionista, fisioterapeuta, educador físico, cozinheira etc. – que estão à disposição dos moradores para fazer tudo por eles. Na moradia independente do JNG, a equipe se adequa às necessidades das pessoas, não é a pessoa que se molda ao ritmo e às deliberações da equipe de apoio”, conta.  

Por que incentivar esse tipo de moradia? 

1.    Porque é um passo importante na transição para vida adulta, é estratégia para a vida adulta emancipada, em um processo de aprendizagem contínua e empoderamento, como acontece com qualquer pessoa. Do simples fato de ter sua casa, sua privacidade, há muitos estímulos para que o adulto com deficiência amplie sua prática de autonomia. Aos poucos, aprendem a cuidar do seu apartamento, a fazer suas escolhas e tomar decisões, vivendo sua rotina, sempre contando com os apoios que precisam e desejam. E, assim, irão desenvolver novas habilidades, conquistar confiança e celebrar os ganhos e desafios de uma vida adulta plena. 

2.   Porque a geração atual de jovens e adultos com deficiência está mais ativa, longeva, empoderada e consciente de seus direitos – e há anos acompanham o Instituto e cobram a moradia, porque querem morar sozinhos. O JNG faz valer na prática o lema “Nada sobre nós, sem nós”. 

3.    Porque é um direito previsto na Convenção da ONU e na Lei Brasileira de Inclusão, e a moradia assegura o exercício desse direito. Estamos falando de cidadania. 

4.    Porque as pessoas com deficiência podem ter autonomia para viver como são, mesmo com limitações, podem fazer escolhas e tomar decisões, mesmo que precisem de ajuda para executá-las. 

5.    Porque a moradia independente é transformadora, estimula e favorece a inclusão plena e naturalizada de pessoas com deficiência e o seu pleno acesso aos recursos da sociedade.  Ela muda a dinâmica do convívio social nas comunidades, prédios e bairros, estimulando a integração e o aprendizado. 

Poppe acredita ainda que a moradia independente é transformadora, favorece a inclusão e acessibilidade plena e naturalizada de pessoas com deficiência nas comunidades. “Ela muda a dinâmica do convívio social nas comunidades, estimulando a interação e o aprendizado entre seus habitantes e frequentadores”, ressalta.  Em março, será lançada a III Jornada da Moradia Independente, um curso para adultos com deficiência e famílias que desejam começar a dialogar sobre vida adulta, moradia e futuro. Entendemos que a transição para moradia independente é um processo, é uma construção

A Jornada é um processo estruturado e rico, conduzido por especialistas, durante o qual as famílias são acolhidas com mentorias e palestras sobre os desafios da transição para a vida adulta e da saída da casa dos pais, assim como as oportunidades e os horizontes que se abrem.   O objetivo é que as famílias iniciem esse diálogo de forma mais aberta e transparente, dando conforto e segurança para que o adulto com deficiência e seus familiares dialoguem sobre os seus sentimentos, angústias e caminhos possíveis. Saiba mais no link: https://bit.ly/Jornada-moradia-independente 

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