Publicado em 15/09/2017Instalação de lajes nervuradas utiliza menos material de construção
Lajes nervuradas é um sistema constituído por vigas cruzadas que funcionam como apoio para a mesa. É a alternativa mais viável técnica e economicamente para projetos com grandes vãos.Créditos: Paulo Barros

Instalação de lajes nervuradas utiliza menos material de construção

Por ser mais leve que os tipos convencionais, as lajes nervuradas são indicadas para projetos com grandes vãos e consomem até 30% menos aço

Segundo definição da norma técnica ABNT NBR 6118, lajes nervuradas são constituídas por um sistema de vigas cruzadas que funcionam como apoio para a mesa. Por serem mais leves do que as lajes convencionais, como as maciças, elas são uma alternativa mais viável técnica e economicamente para projetos com grandes vãos, acima de cinco metros.

“Quanto maior o vão, maior a rigidez que o sistema deve apresentar para resistir às cargas impostas, não deformando além dos limites”, explica o engenheiro Rodrigo Carvalho, titular do escritório Rodrigo Carvalho – Engenharia de Estruturas.

Segundo ele, a “mágica” é que as lajes nervuradas têm rigidez muito maior e peso próprio bem menor se comparadas com as opções convencionais. O que explica os vazios preenchidos com material inerte”, acrescenta.

 

Comparação na ponta do lápis

Comparando as lajes maciças com as lajes nervuradas, estas podem proporcionar uma economia de até 30% no consumo de aço e concreto. Entretanto, as vantagens só são obtidas se projeto e cálculos forem realizados corretamente.

O consumo de concreto para lajes nervuradas dependerá, principalmente, do tipo de forma que será utilizada. No catálogo dos produtos, os fabricantes das formas informam sobre as quantidades ideais de concreto.

Segundo alguns catálogos, formas de 18 cm de altura e 5 cm de espessura, por exemplo, são capazes de proporcionar economia de 35% no consumo de aço e 36% no de concreto.

A ABNT NBR 6118 determina que a espessura da mesa tem que ser 1/15 da distância entre as nervuras, e não menor do que 3 cm.

Se houver tubulações embutidas com diâmetro máximo de 12,5 cm, a espessura da mesa passa a ser igual ou maior do que 4 cm. Já a largura das nervuras não pode ser menor do que 5 cm e, quando houver armaduras de compressão, o tamanho mínimo passa a ser 8 cm.

“A quantidade de aço é calculada levando em consideração as teorias de flexão simples”, destaca o profissional. A norma técnica ressalta que as taxas mínimas de armadura variam em função da forma da seção e do fck (resistência) do concreto.

“Os escoramentos podem ser os mesmos usados para laje maciça, mas é recomendável que sejam especificados escoramentos metálicos próprios para o sistema, que conferem maior velocidade de execução”, comenta Carvalho.

Para garantir a estrutura, o projetista deve levar em consideração as forças que atuam sobre a laje nervurada durante toda sua vida útil. Além do peso próprio, calculado através das dimensões da seção transversal e do peso específico do concreto armado (2.500 kg/m³), é preciso também colocar na equação os valores referentes ao revestimento.

Esses números são obtidos através da multiplicação da espessura das camadas do revestimento (contrapiso, piso e forro) pelo peso específico aparente da solução utilizada. Também é necessário levar em conta a presença de alvenaria sobre a laje, ou seja, quando existirem paredes em cima da estrutura, seu peso pode ser distribuído de maneira uniforme por toda a superfície.

 

Lajes nervuradas são alternativa às lajes maciças

As lajes nervuradas são indicadas para praticamente qualquer tipo de obra e surgiram como alternativa às lajes maciças, que, devido aos vãos cada vez maiores e ao alto custo das formas, foram se tornando uma opção pouco atrativa na construção civil. Elas podem ser:

  • Unidirecional: se a distribuição de esforços for feita em uma única direção – geralmente na do menor vão (caso das lajes treliçadas e lajes pré-moldadas com vigotas).
  • Bidirecional: se a distribuição de esforços for feita em duas direções (lajes com formato mais quadrado).

“As lajes unidirecionais vencem vãos maiores e ‘travam’ menos o edifício, porque são menos rígidas do que as bidirecionais”, declara a professora Mércia Bottura de Barros, do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

 

Solução versátil

As lajes nervuradas são mais leves, reduzindo os esforços nas vigas, pilares e fundações. Outra vantagem é a economia com formas em relação às maciças. Podem ser usadas em qualquer tipo de obra, de casas térreas à edifícios com vários andares, tanto residenciais quanto comerciais.

Podem ser moldadas in loco – nesse caso são necessários escoramentos e formas (o que encarece a obra). Outra opção é a produção com vigotas pré-moldadas de concreto armado ou concreto protendido (maciças ou treliçadas) que, após a concretagem, fazem o papel das nervuras. Essas não precisam de fôrmas, por isso são mais econômicas.

 

Como escolher

Para escolher o tipo de laje nervurada o projetista costuma considerar uma série de fatores, como:

  • O vão livre a ser vencido;
  • A disponibilidade de materiais e de mão de obra;
  • A necessidade de limitar as deformações do edifício;
  • A prazo para execução;
  • Os custos.

Em edifícios baixos (com poucos pavimentos e vãos com até 5 m), é mais comum o emprego de lajes nervuradas com vigotas ou painéis treliçados pré-fabricados e elementos de enchimento do tipo lajotas cerâmicas ou poliestireno expandido.

Eles proporcionam significativa economia com formas e escoramento, já que os componentes utilizados contêm o concreto fresco que formará a capa de compressão que constitui o piso do pavimento superior.

“As formas representam cerca de 50% do custo de uma estrutura de concreto armado moldado no local. Assim, se há redução no consumo de formas e escoramento, o custo da estrutura diminui”, explica Mércia.

Já em prédios altos, as lajes nervuradas moldadas utilizando cubetas plásticas e elementos de enchimento cerâmico ou de EPS são a melhor alternativa, devido à maior resistência aos esforços horizontais.

 

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