Publicado em 18/12/2015Da nuvem de pontos: BIM e o laser scanner 3D

Da nuvem de pontos: BIM e o laser scanner 3D

Na primeira reportagem da série sobre o BIM, entenda o que o laser scanner 3D pode fazer pelo seu projeto

Laser scanner 3D – de mão, terrestre ou aéreo – é um equipamento capaz de emitir sequências de raios lasers orientados sobre uma superfície, objeto ou cena, a fim de determinar a posição espacial de todos os pontos medidos por cada raio. Inspirada na robótica, e de altíssimo rendimento, a tecnologia vem sendo associada ao BIM (Building Information Modeling ou Modelagem de Informações da Construção), para uso no desenvolvimento de projetos de construção civil, e funciona por emissão de onda eletromagnética que, espelhada sobre um objeto, retorna ao emissor a laser, que também é receptor da informação medida na forma de pontos.

A medição, por sua vez, é definida tanto pelo tempo de retorno da onda magnética (Time of Flight), quanto por sua fase de retorno (Phase Shift). A grande vantagem do laser scanner é a precisão das medidas que importa, captando pontos num eixo de 360º e com alcance de longa distância, podendo chegar a 300 m. Tem ainda câmera de vídeo, bateria e memória internas, além de suporte para GPS (Global Positioning System).

“É um sistema que gera imagens 2D e 3D; fornece, portanto, representações exatas de janelas, portas, e de volumes construídos – ou a construir”, explica Adriano Scheuer, gerente de contas da divisão de laser scanner da Faro para o Brasil, empresa participante do 6º Seminário Internacional BIM, que aconteceu em outubro, em São Paulo.

Modelagem do Laser Scanner 3D

A modelagem atinge um nível espantoso de realismo. Num edifício em ruínas, por exemplo, é capaz não só de representar o que ainda resta da construção, mas completar aquilo que falta e ainda vai ser construído, fornecendo uma impressão total e fidedigna do volume restaurado e pronto.

“A modelagem 3D é feita em cima de uma nuvem de pontos”, diz. Neste tipo de processamento de informação coletada, cenas ou imagens de vários ângulos são unidas por meio de todos os seus pontos medidos, num sistema único de coordenadas que vai além das “XYZ”, obtendo-se a intensidade de retorno do laser para cada ponto – isso permite identificar material e cor de elementos no campo de captação de imagens.

“Começo a scanear uma área para fazer um as built. Depois, trato os dados colhidos em nuvem de pontos, crio um modelo 3D com informações reais e, no final, tenho uma modelagem completa do ambiente construído”, descreve o técnico. Versátil e compatível com vários softwares, dá para analisar estruturas, ou só fachadas, ou ainda estudar cortes ou criar elevações. “Além da nuvem de pontos, para o modelo 3D, você tem fotos, que clica para fazer links com o modelo. Tudo isso é gerado em segundos”, diz.

Para sair da nuvem de pontos e chegar ao modelo BIM, no entanto, é necessário que a volumetria seja previamente vetorizada: “Já há várias ferramentas que facilitam esse caminho”, garante Scheuer. Muito utilizado em projetos industriais, os modelos 3D desenvolvidos para BIM a partir de nuvem de pontos são bastante eficientes: permitem analisar deformação de pisos, desvio de cores, ou fazer comparações entre o projetado, inicialmente, e o construído, ao final. “Separa por cores o que está sendo executado de acordo com o projeto, destacando, por exemplo, algum desvio no uso de um tipo específico de cimento, ou na linha de assentamento de blocos de concreto”, revela Scheuer.

Em espaços de fábricas, é ainda possível simular a movimentação de máquinas, carros, checar dimensões, alturas e interferências estruturais nos fluxos da produção. A Faro também oferece cursos  de tradução de nuvem de pontos em modelos complexos e integrados.

Seminário BIM

A 6ª edição do Seminário Internacional BIM foi realizada pelos comitês de Tecnologia e Qualidade (CTQ) e do Meio Ambiente (Comasp) do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, e reuniu mais de 400 pessoas no auditório do Caesar Business Faria Lima, no dia 22 de outubro.

Ao abrir o evento, o presidente do sindicato, José Romeu Ferraz Neto, lembrou que a implantação do BIM “é um caminho irreversível, que está mudando radicalmente a construção no Brasil. Os ganhos em custos, prazos, qualidade e produtividade compensam largamente os investimentos realizados”.

Gestão é parte fundamental de qualquer obra e deve ser compreendida como um investimento 

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