Publicado em 11/11/2014Casa feita de concreto moldado in loco é leve e forte

Casa feita de concreto moldado in loco é leve e forte

Residência nas colinas da Coreia do Sul parece fortaleza de pedra, mas é concreto moldado em loco

A Casa do Respeito e da Felicidade – ou House of Respect and Happiness, título original do projeto – abriga duas vontades que se complementam, como o sol e a lua, o Yin e o Yang. Os proprietários do terreno se conheceram num seminário de estudos e, pouco tempo depois, se casaram. Para fazer do casamento a concretização de um sonho, apostaram na conjunção de ideais – o dele, ter um espaço que representasse o repeito pelo próximo; algo além dos valores individualistas da sociedade contemporânea. O dela, alcançar neste ambiente a plenitude da felicidade. A junção dos dois foi encontrada na ideia de construir com concreto moldado in loco.

Muito estudiosos e idealistas, os noivos passaram a tarefa aos arquitetos sul coreanos Hyoungnam Lim e Eunjoo Roh, do Studio Gaon, que desenvolveram um modelo semelhante ao de uma fortaleza, não só em diálogo com o seu entorno de colinas verdes, mas também protetor do sonho de ter, em casa, um grande espaço para recepção de pessoas, trabalho e fórum de debate, onde diferentes opiniões pudessem convergir de forma produtiva, igualitária e sempre respeitosa.

Assim, a residência de 115 m2 de área construída deveria priorizar sua função socioeducativa em detrimento da privada ou íntima, ou dar, no mínimo aos dois programas um mesmo relevo, ainda que dicotomicamente separados, de forma a reproduzir na arquitetura o conceito binário que objetiva a felicidade a partir do respeito.

A beleza do concreto moldado in loco 

Foi então entre as colinas de Gyeonggi-do, na Coreia do Sul, cobertas com a névoa do verão, que o concreto encontrou seu melhor formato, coordenando arquitetura à natureza local. O material está nos elementos estruturais armados – pilares, vigas e lajes-, nas placas moldadas em loco que formam as fachadas, e nas circulações, passagens e escadarias entre os dois volumes que compõem a residência.

O aspecto rústico do concreto aparente reforça a ideia da fortaleza de pedra, que protege a família, o trabalho, e os produtos da arte e do intelecto humano.

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  • A Casa do Respeito e da Felicidade – ou House of Respect and Happiness – foi projetada pelos arquitetos Hyoungnam Lim e Eunjoo Roh, do Studio Gaon; tem 115 m2 de área construída num terreno elevado de 414 m2. Como uma fortaleza de pedra, a residência executada inteiramente em concreto aparente se destaca e dialoga com o entorno de colinas verdes - Foto: Yong Kwan Kim
  • Com dois pavimentos na área social, a Casa do Respeito e da Felicidade é dividida em dois volumes de usos distintos: um semipúblico, com quarto de hóspedes superior, biblioteca em pé direito duplo, escritório e espaço para debates, inspiração e produção de ideias; o outro é íntimo, com dormitório e cozinha - Foto: Yong Kwan Kim
  • O volume mais alto, de uso semipúblico, reverencia a intenção do casal em ter amplo espaço de debates, que não fosse confinado – por isso a ideia de distribuir a biblioteca e a mesa de reunião em espaço de pé direito duplo (mezanino metálico). O conceito arquitetônico está fundado no fato de que um espaço confinado faria com que usuários tendessem a se defender, porque se sentiriam oprimidos – e a proposta era oposta, e concretizar um lugar do respeito e da igualdade das relações, para a mais livre troca de ideias - Foto: Yong Kwan Kim
  • A fachada é executada em painéis de concreto moldados em loco. Aparente, o material rústico dialoga com a natureza que circunda o terreno. A Casa do Respeito e da Felicidade ficam em Gyeonggi-do, na Coreia do Sul, e o projeto de arquitetura é do Studio Gaon - Foto: Yong Kwan Kim
  • O design é simples, reto, e o bloco social, mais alto, liga-se ao volume íntimo residencial a partir de uma escadaria (também em concreto) que comunica as duas coberturas a funcionar como grande mirante para as colinas de Gyeonggi-do, na Coreia do Sul. O projeto de arquitetura do Studio Gaon também previu passeios executados em concreto, assim como os painéis de fachada, moldados em loco - Foto: Yong Kwan Kim
  • A arquitetura em concreto aparente é acompanhada por elementos paisagísticos compostos por paralelepípedos e caminhos de brita. A ideia é explorar o contraste do design reto, em acabamento rústico, aproximando-o da cor e da textura das pedras, para fazer composição com a natureza do entorno. A Casa do Respeito e da Felicidade tem projeto assinado pelos arquitetos sul coreanos do Studio Gaon - Foto: Yong Kwan Kim
  • Como numa grande muralha, ou fortaleza, o concreto é o elemento que coordena a arquitetura à natureza, apesar de suas fachadas de poucas janelas. A Casa do Respeito e da Felicidade protege e valoriza a educação, o trabalho intelectual e o debate de ideias, de forma a concretizar o sonho e o estilo de vida do casal de proprietários. Eles destinaram o maior e mais alto volume à área de trabalho e de convívio social – área produtiva-, direcionando o menor volume para seu uso íntimo e de descanso. A residência é acolhedora, segura, mas ao mesmo tempo libertária - Foto: Yong Kwan Kim
  • Diagrama dá detalhes do desenvolvimento do conceito arquitetônico para a Casa do Respeito e da Felicidade, na Coreia do Sul. A proposta dicotômica visava atender aos desejos do marido (Respeito) e da esposa (Felicidade), e dividiu-se a arquitetura em dois volumes – um de uso semipúblico, com um quarto de hóspedes no nível superior contemplado com uma área externa descoberta, que funciona como mirante; e outro privado, com dormitório, cozinha, banheiro e estar para o casal. No volume social, uma grande biblioteca tem pé-direito duplo, que amplia o espaço para a troca livre de ideias entre visitantes - Foto: Yong Kwan Kim
  • A Casa do Respeito e da Felicidade, na Coreia do Sul, tem elementos estruturais – pilares, vigas e lajes – em concreto armado, e suas fachadas são retas e compostas por painéis de concreto moldados em loco, de acabamento aparente e rústico. O mesmo material é empregado para executar escadas de circulação, pisos e caminhos entre os dois blocos que compõem a residência - Foto: Yong Kwan Kim
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