Publicado por Carla Rocha em 05/05/2021Confira as principais soluções para prevenção de cheias
Reservatório de água de reuso construído em empreendimento privado.Créditos: Divulgação ABTC

Confira as principais soluções para prevenção de cheias

Municípios já implantaram medidas mitigadoras como sanção de Leis e execução de obras

Você confere:

  • O problema das cheias;
  • O concreto como solução;
  • Prevenção de cheias;
  • Soluções de melhoria: o que pensa a ABTC.

O desenvolvimento das cidades, além de movimentar a economia e criar diversas oportunidades de trabalho, também foi responsável por gerar um expressivo crescimento populacional nos centros urbanos. Os espaços passam a ser ocupados, geralmente, de forma rápida e desordenada, sem o devido planejamento, o que causa um aumento massivo de áreas impermeabilizadas nas cidades. Em decorrência desta ocupação desordenada, as redes de drenagem que foram originalmente projetadas para uma determinada situação de ocupação do solo, rapidamente se tornam subdimensionadas e perdem sua capacidade de escoamento.

De acordo com Pedro Chama, engenheiro e presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tubos de Concreto (ABTC), essa impermeabilização acelera o escoamento, ou seja, aumenta a quantidade de água que passa nos condutos e canais ao mesmo tempo, fazendo com que o sistema de drenagem não comporte todo o volume de água da chuva, provocando as inundações e as enchentes, consequentemente, fazendo com que isto se torne um problema recorrente em diversas cidades do país, custando muito aos cofres públicos. “Acreditamos que a melhor solução para evitar problemas decorrentes de alagamentos é a própria prevenção, a qual engloba um planejamento eficaz dos centros urbanos, por meio da implantação de redes e dispositivos de drenagem que atendam não só a demanda atual, mas também os futuros aumentos de ocupação previstos para as regiões”, ressalta.

Para diminuir estes problemas, alguns estados e municípios sancionaram Leis e Decretos que obrigam a construção de soluções mitigadoras por parte dos empreendedores. Com elas, cada ente federativo objetiva atender necessidades específicas, seja para armazenar água de chuva ou para retardar o escoamento desta nas redes existentes. “Os reservatórios executados com aduelas pré-moldadas são excelentes soluções para atender às exigências impostas por essas Leis, pois são versáteis em termos de tamanho e projeto, proporcionando maior agilidade na obra e sem desperdício de materiais”, orienta.

Concreto pode ser utilizado para apoiar em soluções

Além das soluções convencionais, ou seja, através da canalização de córregos e execução de redes de macro e micro-drenagem, executadas com tubos e aduelas pré-moldadas de concreto, outra solução tem ganhado destaque e vem sendo amplamente utilizada em diversos estados do país, que são os reservatórios de retenção e detenção de água pluvial executados com aduelas pré-moldadas. Por meio desta solução, o empreendedor pode fazer o projeto de acordo com a finalidade proposta, seja ela para armazenamento da água de chuva para utilização em fins não potáveis ou para diminuição da velocidade do escoamento nas redes públicas, atendendo a critérios específicos de volume, vazão de escoamento e necessidade de uso do espaço na superfície do terreno, acima das peças.


Com as aduelas pré-moldadas é possível atender qualquer tamanho de reservatório, diferentes alturas para “janelas” internas, extravasores, acesso para limpeza, entre outros. “Estes reservatórios subterrâneos, geralmente, são implantados em estacionamentos de shoppings, áreas externas onde são construídos galpões e edificações, loteamentos e diversos outros tipos de projetos”, orienta. Logo, a construção dos reservatórios executados com aduelas pré-moldadas de concreto entra como medida estrutural na prevenção das cheias, atendendo às necessidades de cada local, quanto ao dimensionamento e requisitos que tragam efetividade das medidas mitigadoras, pois cada município possui seu arcabouço legal com metodologias próprias para dimensionamento do volume necessário dos reservatórios, uma vez que os eventos pluviométricos, uso e ocupação do solo variam de acordo com cada localidade.

O que precisa melhorar de acordo com a ABTC

Pedro acredita que, primeiramente, todos os municípios deveriam dar a devida importância à questão da drenagem, que muitas vezes é negligenciada e preterida perante outras políticas públicas. As cidades que possuem problemas recorrentes com alagamentos, devem avaliar quais medidas podem ser implantadas para diminuir e até extinguir este tipo de problema local. “Não adianta somente implantar uma Lei que fale sobre retenção ou detenção de água pluvial em novos empreendimentos em centros urbanos onde as edificações já estão consolidadas”, ressalta. Precisa-se fazer algo na região, por exemplo, implantar mini-reservatórios de detenção no subsolo das próprias vias, praças, quadras ou terrenos públicos existentes no local.


Um segundo fator é pensar que deve-se criar Leis que incentivem a construção de reservatórios para águas de reuso e não somente o retardo do escoamento. É possível, através de projeto do reservatório, reter e criar acessos para limpeza da “primeira chuva” e armazenar a água mais limpa para reuso para fins não potáveis, como lavagem de pátios, estacionamentos, descarga de banheiros, ou rega de plantas. É possível, também, a execução conjunta de reservatório feito com aduelas pré-moldadas e “wetlands”, que são dispositivos capazes de realizar a coleta e limpeza de primeira chuva.


Esta medida é necessária e sustentável, muito utilizada em empreendimentos privados que possuem uma preocupação ecológica, mas ainda pouco implementada pelo setor público. “Enfim, nos últimos anos, muitos municípios já implantaram algumas medidas mitigadoras, com a sanção de Leis e execução de obras, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido”, destaca.

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