As obras sustentáveis estão ganhando cada vez mais espaço nos lançamentos imobiliários, isso porque, com a facilidade de acesso à informação e a conscientização da importância de preservar o meio ambiente, os consumidores estão mais atentos e procurando comprar produtos que também tenham sido planejados com esses valores.

A sustentabilidade na obra começa a surgir como requisito importante para as compras de imóveis e, prova disso, é a criação de alguns selos e certificações ambientais que comprovam que determinada obra teve processos sustentáveis, desde o planejamento, escolha e compra de materiais sustentáveis, até mesmo, a execução da obra que precisa se preocupar em gerar menos desperdício e com a coleta de resíduos de forma sustentável.

O selo Casa Azul, fornecido pela Caixa Econômica Federal, por exemplo, atribui pontuações para as obras cadastradas e conta com uma fiscalização da entidade para verificar se os requisitos solicitados estão sendo cumpridos. Parte dos requisitos envolve a escolha de materiais. Já a certificação AQUA, fornecida pela Fundação Vanzolini, tem como uma de suas principais características atestar que o uso sustentável da edificação até mesmo após a sua entrega para os moradores. Recentemente, a certificação AQUA se estendeu aos imóveis econômicos, com a criação do AQUA Social, como você pode ver em nosso Papo Construtivo:

Primeiro residencial Minha Casa Minha Vida com certificação AQUA Social

Há também o selo LEED, uma certificação criada pelo Green Building Council, que atesta se os edifícios estão reduzindo o impacto ao meio ambiente desde a sua concepção até a sua manutenção, sendo considerado um dos principais selos ambientais.

Ferramenta para medir sustentabilidade ambiental

O Laboratório de Tecnologia e Desempenho de Sistemas Construtivos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em parceria com o Cbcs Sustentável, a Universidade de São Paulo (USP) e outras instituições, está desenvolvendo uma ferramenta para ‘medir’ a sustentabilidade ambiental de produtos de construção.

De acordo com o IPT, a fabricação de produtos de construção corresponde a mais de 50% do consumo de materiais e a aproximadamente 11% das emissões globais de dióxido de carbono, o principal gás de efeito estufa, responsável pelo aquecimento global. Por isso, é fundamental que os produtos de construção sejam fabricados da maneira mais sustentável possível.

Com esta preocupação cada vez mais latente, tanto por parte das construtoras quanto por parte dos consumidores, a iniciativa do instituto chega em bom momento. Chamada de Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção (Sidac), a ferramenta permitirá obter dados sobre o consumo de energia e a emissão de dióxido de carbono, associados à fabricação dos principais materiais de construção utilizados no Brasil – por exemplo, quantos quilogramas de gás carbônico são emitidos para a produção de um metro cúbico de concreto.

O instituto reforça também que o Sidac permitirá que fabricantes de materiais de construção cadastrem seus produtos e calculem seus indicadores de desempenho ambiental de um modo prático, por meio de uma interface web. Além disso, projetistas, construtores e outros interessados poderão utilizar as informações do Sidac para calcular os indicadores de consumo de energia e emissão de dióxido de carbono embutidos em seus projetos.

Informações técnicas do projeto*

O Sidac busca contribuir para que as decisões rotineiras tomadas na cadeia de valor da construção considerem também aspectos ambientais, com base em dados representativos da realidade nacional, visando promover a sustentabilidade ambiental nesse setor.
O desenvolvimento do Sidac é financiado por meio do programa SPIPA – Strategic Partnerships for the Implementation of the Paris Agreement, sob coordenação do Ministério de Minas e Energia e da Agência Alemã para Cooperação Internacional – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.
O projeto conta com o apoio de um comitê consultivo, integrado por associações do setor da construção, e de um comitê científico, para validação dessa metodologia, além de parceiros internacionais.
O lançamento do Sidac está previsto para o último trimestre de 2021.  

 *Com informações do IPT

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