Publicado por Carla Rocha em 02/12/2021Metodologia BIM: como implementar do 3D ao 7D
Metodologia BIM auxilia a evitar erros de projeto e a aumentar a produtividade das obras de construção.Créditos: Shutterstock

Metodologia BIM: como implementar do 3D ao 7D

A implementação do BIM no canteiro de obras ajuda a aumentar a produtividade e evitar erros

Certamente, você já ouviu falar da metodologia BIM. Muitos profissionais acreditam que o BIM é uma ferramenta apenas para desenhar em  3D para uma obra. No entanto, o BIM não é apenas uma ferramenta, e sim, uma metodologia que já é utilizada em diversos países e tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil onde, a partir deste ano, está sendo obrigatório o seu uso em projetos do tipo piloto em obras públicas conforme o decreto federal 9.377 e lançamento da estratégia BIM BR Roadmap.


Vale destacar que para incentivar a evolução da metodologia no Brasil, essa estratégia foi lançada pelo Governo Federal com foco em promover a padronização do BIM, até 2028, o que deve gerar transparência e controle de custos nas futuras obras públicas. A iniciativa tem como objetivo induzir o uso da nova tecnologia no mercado da construção civil, como um todo, incentivando seu uso e disseminando suas informações.


Na realidade, a metodologia BIM não é algo novo para o mercado, mas a complexidade de sua implementação – que envolve diversos agentes da construção – fez com que muitas construtoras adiassem essa mudança. Isso porque é preciso que todos compreendam o que é o BIM e estejam dispostos a colocar essa mudança em prática.

Do 3D ao nD: o que significa cada etapa do BIM

3D: se refere às geometrias: são as três dimensões geométricas e nesse nível o profissional pode desenvolver vários usos, por exemplo, detectar interferências de diferentes disciplinas, extrair quantitativos, para preparar um orçamento, gerar documentações, entre outros. Esse é o uso mais básico do modelo BIM.

4D: a quarta dimensão surge para integrar o cronograma da obra com o modelo BIM. “Nesse módulo o profissional associa as várias atividades que tem no cronograma e as baseia no tempo, no momento específico que aquela atividade vai ser executada no canteiro e ela está ligada a algum elemento geométrico que vai ser construído”, explica o Prof. Dr. Eduardo Toledo Santos, especialista do Departamento de Engenharia de Construção Civil da 06 Escola Politécnica (USP), em entrevista fornecida para o Mapa da Obra. Nesse ponto é possível verificar se há alguma interferência entre as atividades. Também é possível verificar o andamento da obra de maneira visual, fazendo com que o programa aponte por meio de cores diferentes o que está dentro do cronograma, o que está adiantado e o que está atrasado, dentro daquela obra.

5D: o 5D adiciona a esse modelo os recursos necessários para obra, como material, mão de obra e equipamentos – vale ressaltar que os materiais já fazem parte do 3D, pois são os componentes detalhados que possibilitam a visualização da construção. Com a inserção da mão de obra e também dos equipamentos, torna-se possível realizar um orçamento, ou seja, mensurar os custos daquele projeto. “Eu consigo verificar qual seria a evolução financeira dessa obra e eu posso da mesma forma realimentar as informações reais entre o previsto e o realizado. Os softwares me permitem, inclusive, verificar se estourei o orçamento”, explica o professor. Além de fazer essa verificação, o software também consegue apontar em qual item o orçamento foi estourado.

6D: o 6D é uma etapa ainda não utilizada pela maioria das construtoras até porque surgiram várias divergências sobre o que, de fato, seria a sua utilização. Nos últimos esclarecimentos normativos, compreende-se que o 6D é a integração da ferramenta ao Facilities durante o ciclo de vida do empreendimento. No entanto, vale destacar que após a classificação do 5D, não há consenso sobre as próximas definições.

7D: refere à sustentabilidade das ações. Nessa etapa é possível fazer uma série de análises energéticas, de iluminação, consumo de água, produção de resíduos, entre outros. Adicionando as informações detalhadas dos tipos de seus materiais ao projeto, o software especializado te ajuda a fazer essa análise.

nD: Existem diversos usos ainda não explorados na metodologia e no futuro novas ferramentas e processos podem ser incluídos.

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