Publicado em 12/12/2018Cohousing: por que o mercado imobiliário brasileiro deve olhar para essa novidade?
Lilian Avivia Lubochinski, arquiteta que estuda tais modelos de construção, palestrou no Secovi Talks sobre o temaCréditos: Divulgação

Cohousing: por que o mercado imobiliário brasileiro deve olhar para essa novidade?

Conheça a proposta onde pessoas moram em sua própria unidade habitacional, mas possuem uma relação de confiança e apoio mútuo com os seus vizinhos

Por Carla Rocha/Agência Visia

 

Você já ouviu falar em cohousing? O termo é pouco conhecido no Brasil, mas vem ganhando cada vez mais visibilidade e foi discutido no Secovi-Talks, evento ocorrido em 19 de outubro no Secovi, para discutir o futuro da atividade imobiliária no país. Cohousing é um modelo de habitação para indivíduos ou famílias que possuem alguma característica em comum e que desejam viver em um mesmo condomínio.

Também conhecido como co-lares, tais comunidades são formadas por um conjunto de moradias autônomas e próximas, com espaços de lazer como cozinha, biblioteca, lavanderia que tem seu uso compartilhado, mas que preservam certa autonomia dos seus moradores e tem como objetivo suprir as necessidades básicas do ser humano de acordo com a pirâmide de Maslow, tais como: segurança, estima, sociais, autorrealização e saúde de um grupo com interesses em comum que decidem morar em conjunto em um mesmo espaço.

 

Tipos de lares compartilhados

Intergeracional: perfil de comunidade que engloba desde crianças a adolescentes, adultos e idosos. Nasce impulsionado por famílias jovens com crianças pequenas.

Senior cohousing: é formada por um conjunto de pessoas com idade avançada, mas que ainda anseiam por mais qualidade de vida e autonomia.

 

De acordo com Lilian Avivia Lubochinski, arquiteta que estuda tais modelos de construção, além de novas formas de moradia e o viver em comunidade, difundindo o conceito no Brasil desde 2013, “quando as pessoas buscam o cohousing, elas buscam porque estão atrás de um software que significa qualidade de vida relacional com uma arquitetura sócio-afetiva e esse é o grande desafio, afinal, a estrutura já existe”. Os lares compartilhados podem ser divididos em intergeracional, que são grupos de idades variadas vivendo em um mesmo espaço com famílias formadas por crianças, jovens e adultas ou o senior cohousing, que abriga indivíduos que já estão na segunda metade da vida, porém compartilhando a vida comunitária, sem perder a privacidade.

 

Como nasce um Cohousing?

1 – Grupo de pessoas interessadas

2 – Empreendimento

3 – Iniciativa pública

Esse tipo de construção é uma proposta onde pessoas moram em sua própria unidade habitacional, mas possuem uma relação de confiança e apoio mútuo com os seus vizinhos. O projeto deve ser idealmente confeccionado sob medida para os futuros moradores, e deve prever as tipologias das unidades habitacionais privativas de acordo com as características do grupo.

 

Como as incorporadoras podem se adaptar a esse novo conceito de moradia?

Segundo Hamilton Leite, executivo da Universidade Secovi, as incorporadoras possuem duas opções: uma é identificar grupos de pessoas com objetivos em comum e buscar habitação em terrenos existentes que mais se adequem ao projeto que será desenvolvido a partir dessas necessidades, ou então definir características do  futuro empreendimento a partir de um estudo de particularidades comuns dos novos moradores ao divulgar o projeto ao mercado, construir e entregar após as unidades prontas. “Este formato é bem diferente do modelo tradicional de incorporação imobiliária que as empresas estão acostumadas, mas a chance de sucesso em relação à qualidade de vida e convívio social entre os moradores aumenta muito” prenuncia o executivo.

Por outro lado, o principal desafio do mercado imobiliário brasileiro é a identificação de um grupo com características semelhantes, tanto em relação ao fator agregador comum, quanto em relação ao nível de renda, já que todas precisam adquirir imóveis com preços de venda e valor de condomínios similares. Já existem alguns projetos de incorporadoras anunciados como cohousing e também algumas iniciativas promovidas por grupos de pessoas, como a Vila ConViver, desenvolvida por professores da Unicamp, com previsão de conclusão para 2020, e um grupo da comunidade japonesa em Itu, com 50 cotistas, que já adquiriram o terreno, estão elaborando o projeto neste momento e as obras devem iniciar dentro de um ano.

Confira um balanço dos desafios que o mercado imobiliário enfrentou em 2018 e quais são as previsões para o futuro.Botão Site

 

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