Cimento ao longo dos anos
Entenda a evolução do cimento, de suas origens antigas às inovações tecnológicas que moldam o futuro da construção civil.
Fato é que a construção civil não seria a mesma sem o uso do cimento. Ele é a base de projetos há séculos e sua qualidade é vital para o sucesso de qualquer obra.
No entanto, o material que utilizamos hoje é resultado de intensas pesquisas e refinamentos empreendidos ao longo do tempo. E um dos principais marcos desse desenvolvimento é a criação do cimento Portland.
Para conhecer mais sobre a história desse importante pilar da construção civil, leia em nossa matéria detalhes sobre a origem, a evolução e as inovações do cimento.
Origem e evolução do cimento
A palavra “cimento” tem origem no latim caementu, termo que se referia na Roma Antiga a um tipo de pedra natural não trabalhada, extraída de rochedos.
Sua história remonta a aproximadamente 4.500 anos, com os grandiosos monumentos do Egito Antigo já recebendo uma mistura de gesso calcinado como material de ligação.
Mais adiante na linha do tempo, um dos avanços significativos na evolução do cimento aconteceu em 1756, graças ao inglês John Smeaton, que produziu um material de alta resistência ao calcinar calcários moles e argilosos.
Já em 1818, o francês Vicat obteve resultados similares aos de Smeaton e foi nomeado inventor do cimento artificial, ao combinar componentes argilosos e calcários.
E, em 1824, um marco na história do cimento nascia pelas mãos do construtor inglês Joseph Aspdin, que combinou e queimou pedras calcárias com argila, resultando em um pó fino. Ao secar, o pó adquiria uma dureza comparável à das pedras usadas nas construções, além de ser resistente à água — era o famoso cimento Portland.
Marcos históricos
De fato, o cimento é um dos maiores aliados na construção civil, e sua implementação eficiente e acessível é resultado de contínuos esforços e aprimoramentos.
Conheça alguns dos principais marcos históricos da indústria cimenteira.
Desenvolvimento do cimento Portland
Como mencionado, Joseph Aspdin desenvolveu o cimento Portland em 1824, ao queimar calcário e argila juntos, produzindo um pó fino que se tornava extremamente resistente após endurecer.
O material recebeu esse nome em homenagem às rochas da ilha britânica de Portland, bases para a criação do cimento.
Anos mais tarde, em 1845, o inglês Isaac Charles Johnson aperfeiçoou o cimento Portland. Após várias experimentações, Johnson aumentou a temperatura de queima para 1.400 °C e triturou o clínquer resultante da combustão, obtendo um pó ainda mais fino e de qualidade superior.
Inauguração da primeira fábrica de cimento Portland no Brasil
No final do século XIX, o crescimento do Brasil demandava a consolidação de uma indústria nacional de cimento.
A renovação urbana do Rio de Janeiro e, mais tarde, a Primeira Guerra Mundial, criaram uma demanda significativa pelo produto. Nesse período, o Brasil importava cerca de 40 mil toneladas da matéria-prima da Europa.
As tarifas de importação, fixadas em 30%, também incentivaram os empreendedores brasileiros a realizarem o sonho da indústria cimenteira própria.
O pioneiro na produção de cimento no Brasil foi o engenheiro Louis Nóbrega, tendo iniciado em 1892, embora por um período breve de três meses.
Já a Usina Rodovalho, que fabricava o cimento “Santo Antonio”, operou até 1904.
Mas o verdadeiro avanço veio com a Companhia Brasileira de Cimento Portland, que estabeleceu uma fábrica em Perus, a 23 quilômetros de São Paulo.
A inauguração dessa unidade marcou a expansão da produção do insumo no Brasil, que aumentou rapidamente, passando de 13.000 toneladas em 1926 para 54.000 em 1927, 88.000 em 1928, chegando a 96.000 toneladas em 1929.
Esse movimento de crescimento da indústria cimenteira resultou em outro marco importante: a inauguração da primeira fábrica da Votorantim Cimentos em 1936, a Unidade Santa Helena, na cidade de Votorantim – SP. Essa fábrica começou operando com capacidade para 250 toneladas de cimento por dia e foi um projeto essencial para a remodelação do Viaduto do Chá, uma das obras icônicas de São Paulo.
Visão mais sustentável
No início dos anos 2000, a indústria do cimento passou a se concentrar mais na sustentabilidade, com iniciativas para reduzir as emissões de CO2, utilizar combustíveis alternativos e desenvolver cimentos mais ecológicos, como os de baixo carbono.
Com produção anual superior a quatro bilhões de toneladas, o cimento é o material mais fabricado globalmente e essencial para produzir o concreto. Por isso, o desenvolvimento de novas tecnologias de baixo carbono foi um marco para a indústria e continua a ser prioridade.
Votorantim Cimentos e inovação
A inovação é o principal pilar da Votorantim Cimentos e está presente nas fábricas, centrais de concreto, centros de distribuição e em todas as unidades.
Os materiais e minerais são constantemente examinados para testar novas possibilidades e transformar desafios em oportunidades.
A empresa, inclusive, já recebeu o Prêmio Clemente Greco, na categoria Melhor Projeto de Inovação, Ambiental ou de Sustentabilidade do Cimento, provando seu compromisso com a sustentabilidade e a inovação para a construção civil.
Além disso, a Verdera, o negócio de gestão e destinação sustentável de resíduos da Votorantim Cimentos, é referência no coprocessamento, uma tecnologia que envolve a utilização de combustíveis alternativos, como resíduos industriais e biomassa, em substituição aos combustíveis fósseis, contribuindo para a administração e tratamento eficiente de seus detritos.
Novas tecnologias
Atualmente, a indústria do cimento está repleta de inovações tecnológicas focadas na sustentabilidade. Veja alguns destaques:
- Cimento de baixo carbono: modelo desenvolvido para reduzir significativamente as emissões de CO2 durante a produção.
- Impressão 3D: tecnologia que permite a confecção de concretos complexos e personalizados por meio de impressoras, de forma mais rápida.
- Cimento autonivelante: material fluido projetado para se nivelar automaticamente na construção, economizando tempo e recursos.
Como é possível notar na história da evolução do cimento, esse material foi e continuará sendo um importante parceiro da construção civil, acompanhando as transformações globais do mercado e da sociedade.
Com o avanço das tecnologias, será possível, cada vez mais, unir excelência e sustentabilidade para um futuro mais verde, com construções cada vez melhores.
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