Publicado em 05/10/2015Superando a crise econômica

Superando a crise econômica

Inflação em alta e crédito mais restrito deixam lojistas em estado de atenção, mas sobreviver à crise ainda é possível

O último balanço da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mostra que as vendas de materiais caíram quase 11% em agosto, frente o mesmo mês de 2014, com retração de 10,1% nos oito primeiros meses deste ano, em comparação com igual período do ano passado. Com isso, micro, pequenos e médios lojistas, mais vulneráveis às instabilidades do mercado, devem se preparar para sobreviver à crise.

Como há redução no crédito imobiliário pelos bancos, a expectativa é de mais impactos sobre a cadeia da construção: “Incorporadoras já estão diminuindo o número de novos empreendimentos, e o comerciante que fornece acabamentos para essas obras ficará sem essa fatia importante do mercado, a partir de 2016. Por outro lado, obras de cunho emergencial não serão afetadas, embora o volume das reformas tenda a ser menor, já que o consumidor se torna mais seletivo para gastar”, avalia Reinaldo Pedro Correa, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção, Maquinismos, Ferragens, Tintas, Louças e Vidros da Grande São Paulo (Sincomavi).

A dica para manter o movimento nas revendas de material é preservar, na medida do possível, o capital de giro em caixa, além de ter em mãos os resultados da empresa, prever fluxos financeiros com maior exatidão e, quando necessário, diminuir a estrutura da loja e cortar despesas, sem piedade. “Essa é a grande vantagem das pequenas lojas: por contarem com estruturas menores e maior agilidade, adaptam-se mais facilmente”, pondera Correa. Ele também aconselha o uso de folhetos e jornais locais para a divulgação de ofertas, além de promoções que mantenham a saúde financeira da revenda ao longo da fase mais recessiva.

Para superar a crise, encare-a de frente
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também relatou declínio de 0,3% nas vendas do setor de materiais de construção, quando inserido no chamado varejo ampliado – categoria que inclui as mais diversas atividades, como a comercialização de veículos. “É uma fase muito difícil, com aumento da inflação e, consecutivamente, dos preços dos produtos comercializados. A falta de crédito ao consumidor para a compra de materiais de construção têm colocado muitos lojistas no vermelho. A queda de faturamento já chega a 3,5% este ano, comparado ao que se faturou em 2014”, afirma Reinaldo Pedro Correa.

O aumento de preços dos materiais de construção na região da Grande São Paulo alcançou 0,3% em agosto, acumulando alta de 2,73% no ano, com impacto sobre itens como revestimentos para pisos e paredes (15,51%), tintas (9,22%), ferragens (7,66%), tijolos (7,17%) e materiais hidráulicos (4,59%). “As vendas continuam, mas não em um ritmo ideal; a recuperação, se forem tomadas todas as medidas necessárias com urgência, será longa e lenta.”  A Sincomavi projeta uma queda de 7% nas vendas do segmento de materiais para 2015.

Gerenciar uma loja de materiais de construção dá trabalho, uma forma de ter seu trabalho reconhecido é obtendo o selo de qualidade da ABNT

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