Publicado em 11/11/2014Pessoas com deficiência (PCD) na Construção Civil

Pessoas com deficiência (PCD) na Construção Civil

Portadores de deficiência podem trabalhar na construção; confira em quais atividades

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia 24,5 milhões de pessoas com deficiência (PCD) autorreferida no país em 2000. Esse número representava 14,5% da população. Entre eles, seis milhões ainda em idade produtiva – aptos, portanto, a algum tipo de trabalho. Quase a metade das pessoas neste universo (48%) portava alguma deficiência visual. Portadores de algum tipo de deficiência física representavam 27% do total, seguidos das deficiências auditivas (16,7%) e das mentais (8,3%).

A partir desses dados, o Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e o Seconci-SP – este por meio de seu Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana (IEPAC) – desenvolveram o Estudo de Viabilidade para Inserção Segura de Pessoas com Deficiência na Construção Civil. É o jeito mais seguro de empregá-los no setor.

PCD e a pesquisa de campo 

Foi estruturado um banco de dados que relacionou, para cada função e posto de trabalho existente num canteiro, as atividades exigidas e as deficiências adaptáveis a essas atividades. Um amplo trabalho de campo teve por objetivo verificar o nível de segurança da inserção de PCD na construção civil.

A análise preliminar dos resultados mostrou que em apenas três casos o candidato é incapacitado ao trabalho na construção: casos de deficiência física dos membros superiores (braços e mãos), deficiência visual severa ou deficiência intelectual profunda.

Foram realizadas ainda entrevistas com PCDs, análises de pareceres técnicos da área de engenharia de segurança do Seconci-SP, além de pesquisas de opinião com diversos profissionais do setor e, por fim, foi desenvolvido um Ranking de Viabilidade de Inserção Segundo Tipo de Deficiência e Função.

As análises tiveram como alvo 17 funções e 29 atividades diferentes que são normalmente realizadas em canteiros de obra – ajudante geral, armador, azulejista, carpinteiro, eletricista, encanador, gesseiro, mestre de obras, operadores de grua, escavadeira ou guincho, pedreiro, pedreiro de fachada, pintor, poceiro e serralheiro, entre outras.

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Quem pode e quem não pode?

A função de mestre de obras pode ser exercida por portadores de nanismo, mas eles têm restrição parcial à realização de inspeções de qualidade – o mesmo ocorrendo com PCD auditiva.

Já os mestres de obra portadores de deficiência dos membros superiores têm menos restrições. Aos que têm deficiência intelectual moderada não é indicado o cargo de mestre.

A operação de gruas, por sua vez, só pode ser exercida por portadores de algumas deficiências de membros inferiores, como prótese unilateral ou encurtamento com bota. O mesmo vale para operadores de escavadeira e de guincho, com a diferença de que esses têm restrição parcial se forem portadores de geno varo (pernas arqueadas) ou geno valgo (eixo dos joelhos para dentro).

Clique aqui e confira outros resultados do estudo.

 

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