Publicado em 06/05/2014Número de empregos na construção civil deve crescer

Número de empregos na construção civil deve crescer

Setor aquecido deve elevar a 3,6 milhões o número de carteiras de trabalho assinadas

Segundo pesquisa divulgada em fevereiro pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), desenvolvida em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o número de empregos formais na construção civil estava na casa de 3,43 milhões de trabalhadores. A expectativa é que até junho esse número ultrapasse a marca histórica, de 3,55 milhões (referente a setembro de 2013), para chegar aos 3,6 milhões de empregos na construção civil.

Para Haruo Ishikawa, vice-presidente de relações de capital e trabalho do sindicato, o crescimento na quantidade de mão de obra formal contratada reflete o próprio crescimento do setor. Com atividade mais intensa, é natural que empresas regulares contratem mais.  Por outro lado, embora não haja dados estatísticos para confirmar, Ishikawa não descarta um possível aumento paralelo do número de trabalhadores informais neste mercado. Ele acredita que contratações formais e informais crescem juntas.

O crescimento do emprego formal em 2014 será de cerca de 3% em comparação ao desempenho da construção civil no ano anterior. A coordenadora de estudos em construção da FGV, Ana Maria Castelo, afirma que o setor já demonstrava sinais de recuperação em dezembro último. Para o Sinduscon-SP, 2013 foi um ano de baixo crescimento.

Falsa economia
De acordo com Ishikawa, a questão da informalidade é cultural no Brasil, e depende, em grande medida, mais dos próprios operários do que dos contratantes para ser resolvida. “O operário pode até achar que o patrão informal paga melhor, mas, ao pensar isso, não está considerando a falta de segurança desta contratação. É preciso mudar essa cultura, em que o próprio trabalhador busca o serviço informal”, avalia.

Para o setor, a informalidade é predatória, pois não considera os custos sociais dos empregos na construção civil. “No caso de um acidente de trabalho com funcionário irregular, quem atende é o Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, o operário que não pagou encargos para custeá-lo, acaba usando o sistema público”, explica. Até mesmo para empresas contratantes a informalidade pode resultar numa falsa economia. Se o profissional irregular resolver acionar a empresa na Justiça, para pedir direitos trabalhistas, seus custos serão muito maiores do que todos os benefícios devidos ao funcionário.

Caminho para a formalização
A empresa que contrata informalmente seus funcionários atrapalha o desenvolvimento da construção e, para Ishikawa, deve ser eliminada do mercado. O profissional de obra ajuda nesta tarefa, ao procurar emprego com quem dá carteira assinada. “Como o mercado está aquecido, essa é a oportunidade para se regularizar”, recomenda.

Falando do setor, saiba porque fazer gestão tributária na construção civil 

Botão Site

Compartilhe esta matéria

Mais lidas

Veja também

X