Publicado em 13/08/2013Medina: de auxiliar de pedreiro a nefrologista

Medina: de auxiliar de pedreiro a nefrologista

Médico nefrologista da Unifesp, José Osmar Medina já foi auxiliar de pedreiro; leia a história

O médico nefrologista José Osmar Medina, especialista em transplantes e diretor do Hospital do Rim da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), teve uma infância simples na cidade de Ipaussu, interior de São Paulo. Filho de pai pedreiro e mãe costureira, aos 10 anos já ajudava o pai como auxiliar de pedreiro, e tinha o sonho de “cuidar de gente”.

Aos 15 anos, formou-se torneiro mecânico e trabalhou durante três anos para ter condições financeiras de se dedicar ao vestibular. Estudou por um ano, 12 horas por dia. Hoje, Medina lidera uma equipe de cirurgiões responsáveis por mais de 10 mil transplantes de órgãos.

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Mapa da Obra – O que aprendeu enquanto trabalhou com seu pai, que era mestre de obras?
José Osmar Medina – Com menos de 10 anos eu já ajudava o meu pai como auxiliar de pedreiro, numa época difícil. Era o mais velho de cinco irmãos e tinha de contribuir no orçamento de casa. Mas a educação vinha antes de tudo. Aprendi nesse período a ter disposição e motivação para o trabalho. Também aprendi a contestar, e a lutar pelo que acredito ser verdadeiro, sem resmungos. Com um curso de torneiro mecânico também pude trabalhar na fabricação de peças para automóveis e me mudei para São Paulo – cada vez mais próximo do sonho de ser médico.

Mapa da Obra – O que aprendeu nos canteiros de obra que ainda carrega na prática da medicina?
José Osmar Medina – Busco sempre aprender mais e me aprimorar nos detalhes do que praticamos na medicina – como se faz no canteiro de obra, com a execução diária dos serviços. Lembro que a lição mais importante que aprendi ao trabalhar como auxiliar de pedreiro foi o valor da dedicação ao trabalho. Todo trabalho é um meio digno de viver e de conquistar nossos objetivos. Médicos e pedreiros prestam serviços para a sociedade e têm grande responsabilidade nas suas funções.

Mapa da Obra – Como encontrava tempo para estudar para um vestibular tão concorrido?
José Osmar Medina – Quando fiz cursinho não estava trabalhando. Trabalhei por três anos antes do vestibular para guardar recursos e, então, no ano da preparação, me dediquei apenas aos estudos. Não é possível trabalhar, estudar, e passar numa universidade pública, de ponta. Estudei 12 horas por dia, durante um ano, me preparando só para o vestibular, que fiz em 1974.

Mapa da Obra – Frequentou boas escolas?
José Osmar Medina – Quando vi meu nome na lista de candidatos aprovados da Escola Paulista de Medicina (hoje Unifesp), senti que o caminho da realização estava aberto. Foi trabalhando na própria faculdade que concluí o curso e pude me especializar em transplantes no exterior. Sempre frequentei escolas públicas, desde o curso primário até a faculdade.

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