Uma das maiores dores de cabeça em uma obra ou reforma, sejam elas realizadas por pessoa física ou construtora, é a demora na entrega dos materiais, pois a entrega do empreendimento dentro do prazo depende também do comprometimento com os prazos por parte do lojista.

Entre as principais dificuldades enfrentadas pelos lojistas de materiais de construção, está a parte da logística, afinal o processo é muito amplo e depende de vários fatores — entre eles, a região onde a loja está instalada, porque para cada tipo de estabelecimento existem particularidades diferentes na hora da expedição. “São Paulo, por exemplo, é uma cidade muito curiosa, porque você tem o perfil de clientes que são regionais. Se esse cliente está dentro de uma área com restrição de circulação de caminhões, já é outra particularidade muito maior”, aponta Cláudio Araújo de Lima, que é diretor do Sincomavi e proprietário da City Materiais de Construção.

 

Alguns cuidados precisam ser avaliados e trabalhados dentro de uma empresa que disponibilize serviços de entrega de materiais de construção:

 

• O primeiro ponto que precisa ser trabalhado é o peso e a dimensão do produto a ser entregue para avaliar que tipo de veículo será necessário para a entrega;
• Já o segundo ponto é qual a localização da entrega (rua e bairro) onde ele está instalado para verificar se existe local para estacionar e quais os tipos de veículos são autorizados;
• Em terceiro, qual é o tipo de edificação que vai receber o material: se é um edifício, uma residência ou um prédio comercial, devido ao horário de recebimento de mercadorias que é diferenciado.

 

Outro quesito a ser destacado é a produtividade, pois, de acordo com o proprietário da City, diversas vezes os próprios funcionários não estão muito preocupados com a questão da logística e entrega: “Mesmo que ele seja pontuado com gratificações ou coisas do tipo, chega a um momento que nem isso motiva o funcionário a fazer esse tipo de serviço, porque é um trabalho pesado e desgastante que gera um custo operacional altíssimo, principalmente, de mão de obra”, destaca. A frota própria também é um fator de risco para pequenos empresários do segmento de materiais de construção. “Em empresas menores, como no meu caso, o ideal é utilizar uma frota muito pequena de entrega e terceirizar a maior parte dela, porque, de certa forma, a produtividade costuma ser muito maior”, aponta Cláudio. Depois, existe ainda o investimento em frota própria e todas as despesas e contratempos de se ter um veículo, como multa,  seguro e roubo de carga.

 

Contratação de serviços terceirizados

O fator principal a ser destacado na contratação de terceiros é tomar cuidado com os riscos trabalhistas. Uma das questões em que é preciso se atentar, é com o vínculo empregatício: “Ou seja, o lojista não pode definir um horário fechado de trabalho, mas pode solicitar que esse contratado tenha disponibilidade de horário para fazer as entregas que ele tem, porém sem a pontualidade de estar das 8h até às 18h no local de trabalho, já que isso gera vínculo empregatício”, alerta Cláudio. Ainda no contrato, é preciso definir a capacidade de peso do veículo, a responsabilidade, se há seguro, e que qualquer outro tipo de possíveis ocorrências é de responsabilidade do contratado. É fundamental fazer um contrato muito bem elaborado, de preferência orientado por um escritório de advocacia trabalhista.

 

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