Publicado em 28/10/2014Emprego na construção civil ainda não cresce

Emprego na construção civil ainda não cresce

Previsão é de demissões para os próximos meses; recontratações devem ocorrer até fevereiro

Últimas pesquisas realizadas pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) indicam que o nível de emprego na construção civil manteve-se estável nos últimos meses. Números de agosto mostraram que o crescimento foi de apenas 0,08% em relação a julho.

Para o vice-presidente de economia do sindicato, Eduardo Zaidan, os resultados são condizentes com o cenário econômico. Não há motivos para preocupação, nem para comemoração, diz. “As obras executadas hoje são resultado de decisões de investimento tomadas entre um e três anos atrás.”

Números estáveis, portanto, significam que o nível da atividade na construção ainda não caiu. “Isso é muito natural, pois o cenário do curto prazo não influencia os longos ciclos (de longo prazo) da construção”, analisa. Fatores como o cenário eleitoral ou a escalada da inflação não refletem nos resultados obtidos pelo estudo, mas terão alguma influência apenas em três ou quatro semestres.

“Há cerca de dois anos o nível de emprego estava muito alto”, compara. Para Zaidan, é evidente que as empresas não têm interesse em demitir, pois há altos custos rescisórios envolvidos nessa decisão (pagamento de direitos trabalhistas), além de perdas relacionadas ao investimento realizado em capacitação da força de trabalho. “As empresas gastam com reciclagem, treinamentos e segurança do trabalho para aumentar a produtividade. Quando demite, outra empresa, que contratar esse funcionário mais bem qualificado, vai se aproveitar do investimento realizado”.

Emprego na construção civil: gangorra sazonal

É de se esperar, no entanto, alguma queda no nível de emprego para os próximos meses – inclusive com a ocorrência de algumas demissões. “No final do ano há baixa sazonal do emprego. Isso já acontece há 30 anos, neste setor”, pondera Zaidan.

Para ele, isso não é motivo de preocupação, pois a expectativa é que esses trabalhadores sejam recontratados até fevereiro, para outras obras. O alerta vermelho só apitará se, a partir de fevereiro, esses trabalhadores demitidos ainda não estiverem empregados. “Esperamos, para 2015, que tudo fique no zero a zero.”

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