
Conheça as cooperativas de crédito
Com aportes mínimos, você tem acesso a taxas de juros mais interessantes que dos bancos
Quem é microempreendedor e busca linhas de crédito não precisa depender dos bancos. Muitos empresários usam as cooperativas de crédito – instituições organizadas sob a forma de sociedade cooperativa (grupos de empresários), mantidas pelos próprios cooperados, que exercem ao mesmo tempo o papel de sócios e de usuários dessa instituição.
Para ter acesso a benefícios, é preciso ser cooperado. E para ser cooperado, é preciso colaborar, com um aporte mínimo de entrada que varia de acordo com o tamanho, a importância e o tempo de vida de uma cooperativa. Há grupos em que a entrada é possível com apenas R$ 20.
“Não há cooperativas de crédito específicas só para revendedores de materiais de construção. As regionais atendem empresários da indústria e do comércio, de todos os segmentos”, informa Ronaldo Sielichow, vice-presidente do Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) União Metropolitana, de Porto Alegre (RS).
As cooperativas fazem exatamente tudo o que um banco faz. Além de serem regidas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central, têm produtos de investimento, faz cobranças, e empresta a taxas bastante diferenciadas porque, ao contrário dos bancos comerciais, sua finalidade não é lucrativa.
Oferece ainda consórcios, seguros, e viabiliza a competitividade de seus cooperados, que não são seus clientes, mas “sócios” – votam, podem ser votados e participam de toda a administração dos interesses do ente cooperativo. “Ao final de tudo, o balanço de contas tem que ser igual a zero”, diz Sielichow.
Para chegar a zero, depois de pagas as despesas da cooperativa e recebidos os aportes (colaboração) de cada cooperado – ele destina uma porcentagem sobre seu faturamento e movimentações para o fundo do grupo –, a reunião de empresários conta ainda com a renda auferida pelos serviços prestados (inclusive os empréstimos).
O resto, que seria lucro numa empresa privada, é dividido entre todos, de acordo e na proporção de sua contribuição. “Temos um fundo garantidor, onde são aplicados os capitais investidos pelos associados”.
Cooperativas de crédito não segmentadas
A vantagem de não segmentar cooperativas de crédito por tipo de produto ou serviço prestado é que, num mesmo ente cooperado, podem participar tanto microempresários quanto empresas de grande e médio porte – o que aumenta não só a segurança desses investimentos, como também o seu volume e, portanto, a própria disponibilidade de crédito mais barato.
“Aqui entram pessoas físicas e jurídicas”, explica o vice-presidente. “O mais interessante é que, independente de ser um microempreendedor individual (MEI), que aporta R$ 20, ou um grande empresário, capaz de entrar com milhões de reais, todos são iguais e têm poder de voto, participando igualitariamente das decisões. Diferente de uma empresa típica (reunião de capitais com uma finalidade econômica), somos uma instituição de pessoas”.
O sistema Sicredi é nacional, mas cada regional tem sede e CNPJ próprios, um conselho administrativo, e um presidente. As taxas de juros para os empréstimos a microempresários cooperados serão negociadas em cada contrato.
Um comitê de crédito faz a análise do cooperado que quer emprestar, checagem de suas possíveis restrições e riscos de inadimplemento – exatamente como levantado pelos bancos comerciais. “Essa gestão é muito importante, porque o dinheiro é emprestado a partir da contribuição dos outros cooperados, e sempre deve haver, ao final, uma sobra a ser divida entre todos”.
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